sábado, 26 de março de 2011

A realeza incompreendida de Luiz Gonzaga

Um dos maiores compositores brasileiros vive certa obscuridade nos grandes centros, mas continua firme na boca do povo nordestino






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Foto: Divulgação
Pré-couro: o sanfoneiro no início da carreira

Luiz Gonzaga viveu 76 anos e partiu em 1989, deixando atrás de si um legado monumental, talvez o maior de toda a música brasileira do século passado. Para qualquer um que conheça com profundidade a obra do coautor e intérprete original de "Asa Branca" (1947), a constatação é óbvia – mas curiosamente sua obra não é das mais citadas, conhecidas ou admiradas entre aqueles que costumam se debruçar com seriedade sobre a música popular brasileira.

Gonzagão foi um dos artistas mais populares do Brasil ao longo de quase cinco décadas de atuação profissional, entre 1941 e 1989. Continua onipresente, como atesta o sucesso de seus baiões, xotes e xaxados nas festas juninas pelo país adentro, em pleno 2010. Mas uma cisão inaugurada antes de ele nascer em Exu, no sertão pernambucano, ainda persiste: o Sudeste e o Sul do país não compreendem (ou não demonstram compreender) a grandeza do “rei do baião”. O Brasil dito cosmopolita que admira Antonio Carlos Jobim não consegue, não quer ou não admite admirar Luiz Gonzaga e seu Brasil sertanejo.

A convivência não-pacífica tem raízes históricas tão profundas quanto a dor escondida atrás de forrós gonzaguianos como "Assum Preto "(1950), dos versos “tarvez por iguinorança/ ou mardade das pió/ furaro os óio do assum preto/ pra ele assim, ai, cantá mió”. Gonzagão despontou na era Getúlio Vargas, em meio à Segunda Guerra Mundial e à Política da Boa Vizinhança, pela qual os Estados Unidos nos acostumavam a gostar mais de Frank Sinatra e Hollywood que de nós mesmos. Surgiu na Rádio Nacional do Rio de Janeiro de sanfona em punho, com roupas de vaqueiro, chapéu de cangaceiro e alpercatas de couro – foi asperamente repreendido pelo diretor e por um período teve de associar o acordeon a um sisudo smoking.

O jovem sertanejo saíra de casa aos 18 anos para se incorporar ao Exército, fugira em seguida para o Rio e se iniciara como artista profissional abafando a própria origem e tocando tangos, boleros e valsas em prostíbulos da zona do mangue carioca. Após cinco anos como mero instrumentista na gravadora RCA, pôde reincorporar, graças ao sucesso de "Asa Branca", a própria identidade e as vestes de Lampião.

Estilizou a música nordestina de sanfona, triângulo e zabumba a partir de "Baião" (1949) e virou herói nacional com uma sequência formidável de sucessos nordestinos: "Juazeiro" (1949), "Qui Nem Jiló" (1950), "Boiadeiro" (1950), "Olha pro Céu" (1951), "Paraíba", "Pau de Arara" (1952), "O Xote das Meninas", "Vozes da Seca" (1953), "Riacho do Navio" (1955), "Forró no Escuro" (1957)...

De rei a brega
Gonzagão se tornou hegemônico no Brasil dos anos 40 e 50, a ponto de virar moda entre meninas de sociedade tomar aula de sanfona, como mostra uma cena do documentário O Homem Que Engarrafava Nuvens, de Lírio Ferreira. Não foi à toa que os militantes da revolução universalista da bossa nova, a partir de 1958, lutaram incansavelmente por extirpar a sanfona da música brasileira. De modo geral, os garotos cultos e educados de Ipanema consideravam de “mau gosto” a arte popular praticada por gente como Gonzaga e Jackson do Pandeiro (ironicamente, o líder natural do movimento era um sertanejo baiano de Juazeiro, João Gilberto).

O confronto era mais que musical, era uma guerra de classes sociais. Ainda hoje, meio século depois, o forró é subliminarmente tratado como um gênero musical das classes subalternas. Carrega multidões às casas nordestinas da periferia paulistana, mas nem por isso encontra espaço nos meios de comunicação do eixo Rio-São Paulo.


Foto: Divulgação
Só sorriso: Gonzagão fez sucesso até o fim da vida
Gonzagão pulou por cima de todo e qualquer obstáculo porque adotou a brasilidade (e, em particular, a nordestinidade) como modo de ser e se expressar. “Lá no meu sertão pro caboclo lê/ tem que aprender outro ABC/ o jota é ji, o ele é lê/ o esse é si, mas o erre tem nome de rê/ até o ipsilon lá é pissilone”, ensinava sua própria língua em "ABC do Sertão" (1953).

Entendido por vezes como um cultuador da ignorância, transformou sua própria falta de educação formal em combustível para campanhas musicais pró-educação, como em "Acordo às Quatro" (1979): “E os menino, digo sempre à Iracema,/ em Santana de Ipanema todos os três vai estudá/ pois eu não quero fio meu anarfabeto/ quero no caminho certo da cartilha de ABC/ eu memo nunca tive essa sorte/ mas eu luto inté a morte mode eles aprendê”.

Os detratores estigmatizaram-no como um entusiasta da ditadura militar, o que de fato ele foi. Mas Gonzagão era bem mais complexo do que a MPB de extração universitária desenvolvida a partir dos anos 60 se dispunha a admitir. Como a média dos brasileiros, era um governista por natureza, desde quando serviu à pátria e a Getúlio Vargas (o que não o impediu de trocar a farda de soldado pelos trajes de cangaceiro, para seguir sua intuição artística).

Em 1959, sob o governo de Juscelino Kubitschek, deu voz à "Marcha da Petrobras": “Brasil, meu Brasil,/ tu vais prosperar, tu vais crescer inda mais com a Petrobrás”. Dois anos depois, em "Alvorada da Paz", celebrou o adversário que sobrepujou JK: “Jânio Quadros, tu és um soldado/ sentinela da democracia/ o Brasil foi por ti libertado/ reação nacional, valentia”.

Católico fervoroso e devoto de Padre Cícero, lançou o hino religioso-ufanista "Rainha do Mundo", em 1964. A letra, que na origem poderia parecer de resistência ao golpe militar, ganharia significado adesista ao ser regravada, já em 1967: “Senhora rainha do mundo/ rogai por nós nesta terra varonil/ agora e na hora de lutar pelo Brasil/ não deixeis que ninguém ponha a mão/ neste auriverde pendão/ (…) olhai e amparai esta terra de liberdade”.

Acossado pela bossa nova, que o jogara a escanteio, tornou-se hostil aos movimentos modernizadores e às palavras de ordem que a MPB universitária encampava. Em 1968, afirmou, num "Canto sem Protesto": “Pode dizer que eu não presto/ que não presta o meu cantar/ meu canto não tem protesto, meu canto é pra alegrar”. No mesmo disco, explicitou o ressentimento contra quem o interpretava como um porta-voz do atraso e advogou um "Nordeste pra Frente", antecipando em dois anos o “pra frente Brasil” de 1970: “Senhor reporte, já que tá me entrevistando/ vá anotando pra botar no seu jorná/ que o meu Nordeste tá mudado/ publique isso pra ficar documentado/ (...) Caruaru tem sua universidade/ Campina Grande tem até televisão/ Jaboatão fabrica jipe à vontade/ Lá de Natar já tá subindo foguetão/ (...) o meu Nordeste desta vez vai dispará”.

Podia até combater a canção de protesto, mas tinha um filho que se consolidava como cantor de protesto. Luiz Gonzaga Jr., o Gonzaguinha, mantinha relação conflituosa com o pai, mas desde 1968 passou a ter presença constante em seus discos. O mesmo LP que trazia "Canto sem Protesto" trazia também "Pobreza por Pobreza", de Gonzaguinha, uma autêntica canção de protesto.


Foto: AE
Com a sanfona em punho, Luiz Gonzaga se apresenta na década de 1970

À mesma época, uma facção da MPB universitária voltou-se contra a corrente e promoveu um levante de revalorização de Luiz Gonzaga. Ele virou referência crucial para os tropicalistas baianos Caetano Veloso, Gilberto Gil e Gal Costa no período de exílio dos dois primeiros. O patriarca demonstrou gratidão e em 1971 dedicou o disco O Canto Jovem de Luiz Gonzaga à nova geração da MPB, regravando canções de Gil, Caetano e Edu Lobo. Num tapa com luva de pelica a quem o chapava como reacionário e direitista, gravou também "Fica Mal com Deus", do ícone das esquerdas Geraldo Vandré. Mais: quando se deu a anistia, colocou num compacto de 1980 uma versão em tempo de ópera sertaneja do hino antiditadura "Pra Não Dizer Que Não Falei de Flores" (1968), que levou Vandré à glória, ao ostracismo e à mudez.

Em 1981, pai e filho se uniram no show "A Vida do Viajante", e Gonzaguinha proferiu um discurso revoltado em defesa de Gonzagão, como está registrado no disco ao vivo: “Este show coloca para fora pelo menos um pouco da história de um dos maiores artistas que se tem conhecimento neste país. Essa pessoa é o artista talvez mais popular deste país. No entanto, é uma das pessoas mais marginalizadas através dos tempos, que foi afastada em determinado tempo de determinados horários e que não teve a possibilidade de pisar em determinados palcos ditos mais sadios”.

Discriminado, mas sempre com sucesso
À parte o esforço tropicalista e a adesão constante de artistas como Clara Nunes, Fagner, Belchior, Elba Ramalho, Milton Nascimento, Baby Consuelo, Alceu Valença, Fafá de Belém e Quinteto Violado, Gonzagão cumpriu os últimos anos de vida apartado como sempre dos circuitos mais, digamos, cultos. Continuou apresentando sucessos um atrás do outro ao grande público, em palcos bem mais “sadios” do que seu filho se dispunha a reconhecer. A bossa nova jamais se reconciliou com Gonzagão, mas o Brasil profundo nunca parou de cantar "Ovo de Codorna" (1971), "O Fole Roncou" (1973), "Capim Novo" (1976), "Viola de Penedo" (1978), "Forró No 1" (1985), "Forró de Cabo a Rabo" (1986), "Nem Se Despediu de Mim" (1987). "Pagode Russo", de 1984, foi a música mais tocada nas festas juninas de 2009.
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O que ele pensava sobre segregação, desprezo, preconceito e discriminação ficará para sempre registrado como alegoria no forró "O Jumento É Nosso Irmão", de 1968, retomado em 1976 como "Apologia ao Jumento", com o seguinte discurso de protesto: “O jumento é nosso irmão, quer queira ou quer não. O jumento sempre foi o maior desenvolvimentista do sertão. Ajudou o homem na lida diária. Ajudou o Brasil a se desenvolver. Arrastou lenha, madeira, pedra, cal, cimento, tijolo, telha. Fez açude, estrada de rodagem, carregou água pra casa do homem, fez a feira e serviu de montaria. O jumento é nosso irmão, e o homem, em retribuição, o que é que lhe dá? Castigo, pancada, Pau nas perna, pau no lombo, pau no pescoço, pau na cara, nas oreia. Jumento é bom, homem é mau”.

Sudeste versus Nordeste, ricos contra pobres, bossa nova versus forró, Jobim contra Gonzagão ou o que quer que seja, o Brasil que não se vê e não se reconhece em si próprio é o Brasil que segue rejeitando Luiz Gonzaga.

domingo, 20 de março de 2011

Irmã do rei do baião, Chiquinha Gonzaga morre aos 85 anos no Rio

Ela era sanfoneira, cantora e compositora e vivia em Duque de Caxias (RJ).
Chiquinha era caçula de dez irmãos e iniciou a carreira na década de 1950.

Glauco Araújo Do G1, em São Paulo
Chiquinha Gonzaga durante show realizado no Recife, em junho de 2009 (Foto: Divulgação/Carlos Augusto/Prefeitura Municipal do Recife) 
Chiquinha Gonzaga durante show realizado no
Recife, em junho de 2009 (Foto: Divulgação/Carlos
Augusto/Prefeitura Municipal do Recife)

A cantora, compositora e sanfoneira Chiquinha Gonzaga, 85 anos, irmã mais nova de Luiz Gonzaga, o rei do baião, morreu na madrugada desta terça-feira (15) no Hospital Moacir do Carmo, em Duque de Caxias (RJ). Segundo a família, ela sofria de Mal de Alzheimer e vinha sofrendo com complicações nos últimos nove meses.

Ela era a caçula de dez irmãos e chegou ao hospital com problemas respiratórios e infecção urinária. "Minha tia foi ficando debilitada por conta da doença de Alzheimer, já que ela ficava mais na cama", disse a sobrinha Maria Gonzaga, que morava com a tia em Duque de Caxias.

Chiquinha Gonzaga durante inauguração do memorial de Luiz Gonzaga, em 2008 (Foto: Arquivo Pessoal/Marcelo Lafaete) 
Chiquinha Gonzaga durante inauguração do
memorial de Luiz Gonzaga, em 2008 (Foto: Arquivo
Pessoal/Marcelo Lafaete)

"Infelizmente ela já não estava se apresentando mais. A última apresentação dela foi no ano passado, durante uma festa no memorial de Luiz Gonzaga", disse Maria Gonzaga
Chiquinha começou a carreira na década de 1950 e seu último trabalho gravado foi o CD "Chiquinha Gonzaga - 8 & 80", de 2006.

A também música Raimunda Gonzaga, 87 anos, conhecida como Muniz, morreu há 22 dias, no Rio de Janeiro. Ela foi sepultada na cidade de Exu (PE). Muniz é mãe de Maria Gonzaga e irmã de Chiquinha.

O sepultamento de Chiquinha Gonzaga será realizado na tarde desta quarta-feira (16), no mausoléu da família, no Cemitério Tanque do Anil, no Rio de Janeiro.

A irmã de Luiz Gonzaga é homônima da pianista carioca que viveu entre 1847 e 1935, e teve sua vida e carreira retratada na minissérie "Chiquinha Gonzaga", da Rede Globo. Francisca Edwiges Neves Gonzaga ficou conhecida, entre outras músicas, por ter composto a marchinha carnavalesca "Ô abre alas".

sábado, 12 de março de 2011

Luiz Gonzaga Quadrilha Pout Porrit

Luiz Gonzaga - Rei do Baião : 18 anos de saudades - forró

11/06/78 - Morre Seu Januário, pai de Luiz Gonzaga

LUIZ GONZAGA - Ave Maria Sertaneja

video de Luis Gonzaga

Luiz Gonzaga , canta em Homenagem a Zé Marcolino

Documentário resgata vida de Luiz Gonzaga

Chamado de "doutor do baião" pelo parceiro Luiz Gonzaga, à sombra de quem parecia às vezes se esconder, o compositor Humberto Teixeira (1915-1979) é reapresentado ao público no documentário "O Homem que Engarrafava Nuvens", de Lírio Ferreira. Um título que lembra literatura de cordel e cai muito bem na cinebiografia de um artista cearense que dominava a poesia do baião.


O filme entra em cartaz nesta sexta-feira (15.01.2010) em sete capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza, Recife e Brasília.


Autor de mais de 400 músicas, inclusive a internacionalmente conhecida "Asa Branca", uma das muitas parcerias com Luiz Gonzaga, Teixeira renasce neste filme, que tem a ambição não só de resgatar sua memória artística como também a pessoal - componente que entra por conta de a produtora ser sua única filha, a atriz Denise Dummont ("A Era do Rádio").


Outra bem-vinda intenção deste documentário é delinear o que o compositor Gilberto Gil, um dos entrevistados, define muito bem como "dinastias musicais" do Brasil: o samba e o baião, sendo este último aqui o objeto de investigação.


Nesse sentido, foi fundamental para o êxito da proposta contar com um diretor com a sensibilidade apurada de Lírio Ferreira, que tem se mostrado tão talentoso na ficção ("Baile Perfumado") quanto no documentário ("Cartola - Música para os Olhos").


Longe de se dar por satisfeito com um mero registro da vida e da obra de Teixeira - que foi advogado, deputado e autor de uma lei sobre direitos autorais no Brasil -, Lírio viaja pelo Brasil profundo do Nordeste.


Nessa viagem, revela as ramificações do baião, matriz de vários gêneros, sua presença em festas tradicionais como o reisado, sua ligação com a sanfona, sua permanência na obra ou repertório de artistas atuais, inclusive no exterior - sendo o norte-americano David Byrne apenas um exemplo e não o único.


O diretor relaciona suas informações, entrevistas, relatos, números musicais e imagens, de maneira tão orgânica que nenhuma delas soa como digressão. Assim, quando se menciona a vaidade do vaqueiro nordestino com sua roupa de couro, isto entra como um detalhe, entre muitos, que determina o caráter e o imaginário do sertão. O que é fundamental para a compreensão do contexto em que nasce e se desenvolve o baião.


Trazidos do Nordeste para o Rio de Janeiro, o baião e Humberto Teixeira estavam destinados a correr o mundo. Seu sucesso, contando com a voz e a figura pop de Luiz Gonzaga, vestido como os vaqueiros sertanejos, era tanto que incomodou os dirigentes de gravadoras internacionais nos anos 1950. Pelo menos uma das composições da dupla Teixeira-Gonzaga, Juazeiro (1949) foi plagiada, numa gravação da cantora norte-americana Peggy Lee.


ATEMPORAL


A sobrevivência do baião no Brasil torna-se evidente tanto pela visita aos cantadores de feira do interior nordestino como a intérpretes mais famosos, caso de Lirinha e o Cordel do Fogo Encantado, Otto e Lenine. Canções como "Kalu" (cantada por Chico Buarque de Holanda) e "Adeus Maria Fulô" (uma emocionante interpretação de Gal Costa, acompanhada pelo coautor da música, Sivuca, que morreu pouco depois) comprovam como essas e outras obras de Teixeira tem se mostrado atemporais.


Se uma das melhores definições do baião surge na boca do cantor popular Azulão - "é o hino do Brasil, o hino do curral" -, não é menos verdade que o ritmo continua a desafiar fronteiras.


É quase exótico assistir a uma interpretação de "Mangaratiba" em japonês por Miho Hatori em Nova York, no mesmo cenário em que faz sucesso o grupo Forró in the Dark, apresentando música brasileira para uma plateia predominantemente norte-americana.


Tudo isso desafia um preconceito contra o baião, que ainda resiste em alguns meios. A própria filha de Teixeira confessa que, na juventude, achava o gênero "cafona, brega". Uma reação nada incomum ainda hoje. A maior tarefa deste filme para a produtora, no entanto, é promover uma espécie de reconciliação com a memória do pai, com quem teve em algumas fases um relacionamento difícil.


Um dos momentos mais emotivos é uma conversa de Denise com a mãe, Margarida Jatobá (que morreu em 2007), na qual esclarece pontos obscuros e doídos de sua separação de Teixeira - que não abriu mão da guarda da filha, tentou impedi-la de ser atriz e, quando não pode, proibiu-a de usar seu sobrenome.


Um ponto alto está na seleção das imagens de arquivo, todas restauradas - detalhe que acrescentou custo e tempo de produção ao filme, mas contribui decisivamente para a maior solidez de seu conteúdo. Estão ali desde a famosa cena em que a atriz italiana Silvana Mangano interpreta "O Baião de Ana" no filme "Arroz Amargo" (1949) a imagens de Fortaleza nos anos 1920 que contextualizam a vida de Teixeira. Um tipo de contexto que Lírio Ferreira usou muito bem já em seu filme anterior, "Cartola...".


Em tempo: o título poético refere-se a uma expressão usada pelo próprio Teixeira, que dizia que "engarrafava nuvens e brumas" quando descansava, em seu sítio em Mangaratiba (RJ).

domingo, 6 de março de 2011

O Reinado de Luiz Gonzaga na música brasileira - Arquivo N(Parte 1)

O Reinado de Luiz Gonzaga na música brasileira - Arquivo N(Parte 3)

O Reinado de Luiz Gonzaga na música brasileira parte 2

Luiz Gonzaga - Programa Proposta 1972

Luiz Gonzaga, o "Rei do Baião", conta como conheceu São Paulo

Luiz Gonzaga - Documentário ( raridade )