quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Filme sobre Luiz Gonzaga será exibido no São Luiz em novembro

Gonzaga de Pai pra Filho reconstitui a vida do Rei do Baiaão. Foto: Paris Filmes/ Divulgação
Gonzaga de Pai pra Filho reconstitui a vida do Rei do Baiaão. Blog Sertão9

Uma das produções audiovisuais nacionais mais esperadas do ano, o longa Gonzaga, de pai pra filho, do diretor Breno Silveira, estreou nos cinemas de todo o Brasil na última sexta-feira (26). No entanto, no Cinema São Luiz - equipamento público do governo de Pernambuco - a produção entrará na programação dentro de três semanas, aproximadamente. A expectativa é de que o filme esteja em cartaz até o final de novembro, é o que afirma o assessor de gabinete da Secretaria de Cultura do estado, André Araripe.

O anúncio vem a esclarecer uma polêmica iniciada nas redes sociais, de que o filme - que recebeu apoio do governo do estado no valor de R$ 540 mil - não entraria na programação do equipamento público no mesmo período do lançamento nacional por conta de uma exigência da rede multiplex, que não queria concorrer com os preços populares do São Luiz. Com isso, a versão que ganhou força na internet acusava a distribuidora do longa, a Downtown Filmes, de ter cedido à pressão do multiplex e negado ao São Luiz o direito de reproduzir o filme.

O burburinho foi negado por ambas as partes, tanto pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), quanto pela Downtown. De acordo com assessoria de imprensa da Fundarpe, o patrocínio de R$ 540 mil integra o pacote de investimentos estratégicos em todas as ações voltadas ao centenário de Luiz Gonzaga, pago através da Fundarpe. Entre as contrapartidas previamente acordadas estavam a realização da pré-estreia do filme no Cinema São Luiz, no último 10 de outubro, além de algumas exibições gratuitas para funcionários públicos e alunos da rede estadual de ensino. Este último, através do projeto Cine Cabeça, em parceria com a Secretaria de Educação, que objetiva a formação de público. 

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Estreia: Breno Silveira revisita Luiz Gonzaga em biografia comovente,na telona


Chambinho do Acordeon dá vida a Gonzaga no cinema. (Foto: Katherine Coutinho / G1)Chambinho do Acordeon dá vida a Gonzaga no
cinema. Blog Sertão9
O diretor brasiliense Breno Silveira tem um afinado olhar musical e humano. Foi assim em "Dois Filhos de Francisco", de 2005, em que recria a infância e a vida adulta da dupla sertaneja Zezé di Camargo e Luciano, prosseguindo em "À Beira do Caminho", deste ano, embalado nas canções de Roberto Carlos.
Nesta sexta-feira, ele lançou "Gonzaga, de Pai pra Filho", comovente biografia de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, e de seu filho, Gonzaguinha, um dos mais importante compositores da geração universitária da MPB, ao lado de Ivan Lins e de Aldir Blanc, morto precocemente em um acidente de carro em 1991, aos 45 anos. Luiz Gonzaga morreu em 1989, aos 77 anos.
O filme de Breno tem tudo para encantar o público: uma profunda história humana, calcada na difícil relação entre pai e filho, uma reconstituição de época muito bem cuidada, elenco afinadíssimo (até em termos musicais) e a música eterna de Gonzaga que, apesar de marcadamente regional, se espalhou como rojão de festa junina pelas capitais além do Nordeste e até pelo exterior.
O enredo acompanha a infância pobre de Gonzaga (interpretado por Land Vieira na adolescência, por Chambinho do Acordeon na fase adulta e por Adélio Lima, na maturidade), filho de Januário (Cláudio Jaborandy), um respeitado sanfoneiro do sertão de Pernambuco e seu empenho em viver da música, apesar de todas as dificuldades.
Com o destino traçado pela pobreza, numa sociedade dominada por chefes locais conhecidos por "coronéis", por manterem a ordem em seus domínios a ferro e fogo como chefes militares, não restou outra opção ao menino Lula a não ser fugir de casa e ir para a capital, onde acabou se alistando no Exército.

domingo, 28 de outubro de 2012

'Gonzaga - de Pai para Filho' enfatiza relação com Gonzaguinha e Gonzagão ( já no cinema )

Na estreia de filme de Gonzaga, fãs dançam forró em shopping do ES



Fãs do ícone do forró, o pernambucano Luiz Gonzaga, lotaram as salas de cinema de Vitória, na noite desta sexta-feira (26), para prestigiar a estreia do filme 'Gonzaga – De pai para filho'. Uma mobilização reuniu os forrozeiros capixabas em frente a um shopping da capital, onde dançaram ao som de sanfona, triângulo e zabumba. Após a exibição do longa, o grupo seguiu para a Curva da Jurema, em Vitória, e continuou no ritmo do forró.
"Já existia um tipo de forró antes de Luiz Gonzaga, mas foi ele quem inventou o trio sanfona, triângulo e zabumba. E é desse jeito que é tocado até hoje”, disse o designer gráfico Henrique de Oliveira.
Organizado por meio das redes sociais, o encontro entre os fãs de Gonzaga aconteceu antes do público seguir para as salas de cinema. “A gente conseguiu mobilizar todas as pessoas na rede social. Lançamos uma proposta e os forrozeiros do Espírito Santo compraram a ideia e, hoje, estamos aqui reunidos para prestar homenagem a Luiz Gonzaga”, contou o organizador do evento Fabrício Bravim.
Crianças e fãs vestidos a caráter prestigiaram o filme sobre a vida do rei do baião. “Cheguei a lacrimejar. É muito bom e emocionante poder conhecer um pouco mais da história dele”, afirmou o enfermeiro Fabrício Nolasco.
Depois de assistir ao filme, cerca de 300 forrozeiros seguiram para a região da Curva da Jurema e colocaram em prática os aprendizados recebidos de Gonzaga.

Veja a certidão de nascimento do baião, no 'Reino Cantado de Gonzaga'



Com direito a certidão de nascimento e tudo, o baião, ritmo criado por Luiz Gonzaga, surgiu no Brasil em outubro de 1946, data do primeiro registro gravado - do grupo 4 Ases e um Coringa. Durante cerca de dez anos, foi o ritmo mais tocado no País e consagrou seu criador como majestade. O baião foi o tema do episódio deste domingo do programa "O Reino Cantado de Luiz Gonzaga", realizado pela Globo Nordeste e pela Luni Produções, para homenagear o centenário do cantor pernambucano, este ano. 
"Baião, xote, forró, arrasta-pé, cada um tem um ritmo específico, você não pode dizer que é tudo forró", resume Dominguinhos, um dos mais famosos seguidores do Rei do Baião. O compositor caruaruense Onildo Almeida, autor de "A feira de Caruaru", sucesso na voz de Gonzaga, relembra aquele momento. "Baseado no violeiro, porque o repique da viola tinha o ritmo do baião, Gonzaga juntou-se com Humberto Teixeira, botou letra e o baião veio a acontecer", explica.
O baião levou Luiz Gonzaga a liderar as vendas de discos. "As prensas da [gravadora] RCA trabalhavam unicamente para Luiz", garante o pesquisador musical Renato Phaelante. Ele defende a voz do Rei do Baião. "Ele é a representação mais autêntica do nordestino na canção popular, até hoje", assegura.
Phaelante continua: "Ele foi muito importante socialmente para o povo nordestino, através da sua música, da sua figura, do seu patriotismo regional. Gonzaga não gostava nem que mudasse o dialeto, a forma de falar do nordestino, nas letras das suas músicas", afirma
Esse sucesso, no entanto, teve um fim: durou até a chegada da bossa nova e do rock aos ouvidos do público brasileiro que, de um dia para o outro, esqueceu o baião. Descontente, Gonzaga disse a Onildo Almeida que ia deixar de cantar e pediu ao compositor uma canção para a despedida. Foi quando Gonzaga gravou "Hora do adeus" que começa com os versos "O meu cabelo já começa prateando, mas a sanfona ainda não desafinou; A minha voz, vocês reparem eu cantando, que é a mesma voz de quando meu reinado começou".
"Gonzaga deu chance a muita gente, com suas parcerias e dando espaço em seus discos. O seu projeto era fazer com que o nordestino aparecesse na história social da música brasileira", afirma Renato Phaelante. A jornalista francesa Dominique Dreyfus, autora de uma biografia sobre o Rei do Baião, é categórica ao afirmar que, junto a Gonzaga, somente Pixinguinha e Antonio Carlos Jobim têm lugar diferenciado na história da música brasileira.

sábado, 27 de outubro de 2012

Luiz Gonzaga criou seu museu próprio em sua cidade natal, Exu PE (Exclusivo no Blog Sertão9)


O filme “Gonzaga-de pai para filho”, de Breno Silveira, que estreou nesta sexta-feira (26) , conta a história do músico Luiz Gonzaga (1912-1989). Em Pernambuco, seu estado de origem, quatro espaços culturais (um deles em construção) são dedicados a preservar a memória do Rei do Baião.
Cartaz de Gonzaga: de Pai para Filho, filme de Breno Silveira (Foto: Divulgação)Cartaz do filme sobre o músico (Foto: Divulgação)
O primeiro, situado em sua cidade natal (Exu), foi idealizado pelo próprio Gonzaga, já sabendo que seu nome ficaria gravado na cultura do país. É lá que ele está enterrado, em um mausoléu construído como uma homenagem de seu filho, Gonzaguinha. Também é possível conferir peças do seu vestuário, fotografias, documentos e discos raros em um museu em Caruaru, no interior do estado, e em um memorial em Recife.
Além disso, um ambicioso museu interativo em homenagem a Gonzaga e à cultura sertaneja está sendo construído no Porto do Recife, e deve ser parcialmente inaugurado no dia 13 de dezembro deste ano (data que marca o centenário de nascimento do músico). A seguir, conheça esses quatro espaços:
Parque Aza Branca, museu de Luiz Gonzaga em Exu (PE) (Foto: Divulgação)Museu (à esq.) e réplica da casa de Luiz Gonzaga, no Parque Aza Branca, em Exu (PE) (Foto: Divulgação)
Parque Aza Branca

Situado em Exu (630 km de Recife), cidade natal de Luiz Gonzaga, o parque de 1.500 hectares fica em uma antiga fazenda comprada pelo "Rei do Baião" em 1974. Ele foi idealizado pelo próprio artista – que, já com a carreira consolidada, quis construir um complexo de atrações para preservar seu nome e sua obra.

No local é possível visitar o Museu do Gonzagão, que abriga o maior acervo material original do músico. Entre os objetos pessoais, há sanfonas, chapéus, sandálias e gibão de couro, discos de ouro e fotografias. Outra atração é a casa onde ele morou, que mantém os móveis originais, e o mausoléu onde Gonzaga está sepultado junto com sua primeira mulher (“dona” Helena), que seu filho Gonzaguinha mandou construir para o casal.
Há ainda uma réplica da casa de reboco onde nasceu o músico e um viveiro de asas-brancas, um tipo de pombo que inspirou uma de suas músicas mais conhecidas. A grafia do nome do parque acompanha a da canção original, registrada assim para acompanhar o Z de Luiz e de Gonzaga. O parque tem também duas pousadas para hóspedes: Santana, em homenagem à mãe de Gonzagão (a agricultora e dona de casa Ana), e Januário, nome de seu pai, lavrador e sanfoneiro.
Muitos dos visitantes são estudantes que chegam a Exu em excursões, mas neste ano o parque já recebeu turistas inclusive do Japão e da Irlanda. Algumas partes precisam de reforma, mas funcionários da ONG que administra o local dizem que já há recursos governamentais destinados para os ajustes necessários.
Endereço: Rodovia Asa Branca, quilômetro 38, Exu (PE).

Telefone: (87) 3879-1295.



Horários: Todos os dias, das 8h às 12h e das 13h às 17h.
Entrada: R$ 4.

Museu do Forró Luiz Gonzaga, em Caruaru, Pernambuco (Foto: Divulgação)Museu do Forró - Luiz Gonzaga, em Caruaru (PE). Acervo inclui cartas de amor do músico (Foto: Divulgação)
Museu do Forró – Luiz Gonzaga

Era em frente a esse museu que Adélio Lima, sósia de Luiz Gonzaga, costumava ficar para tirar fotos com os turistas. Após se inscrever em um concurso com mais de 5.000 inscritos, ele foi escolhido para interpretar o papel do protagonista na idade madura no filme de Breno Silveira.

O espaço dedicado ao típico ritmo nordestino foi inaugurado em 1999. Atualmente, ele é formado por três salas, mas deve ser ampliado em breve. Entre as peças do acervo, é possível ver a roupa que Luiz Gonzaga usava quando morreu e objetos pessoais como óculos, sanfona, gibão, documentos e cartas amorosas que ele trocava com sua última mulher, Edelzuita Rabelo. Muitos dos objetos foram doados por ela.
O espaço está situado em um edifício que também abriga uma sala em homenagem à cantora Elba Ramalho e o Museu do Barro-Zé Caboclo, com peças do artesanato da região (entre elas, cerâmicas originais dos reconhecidos Mestre Vitalino e Zé Caboclo).



Endereço: Praça Coronel José de Vasconcelos, 100, Cauraru (PE).

Telefone: (81) 3721-2545.
Horários: De terça a sábado, das 8h às 17h. Domingo, das 9h às 13h.
Entrada: R$ 2

Memorial Luiz Gonzaga, ligado à prefeitura do Recife, Pernambuco (Foto: Divulgação)Memorial Luiz Gonzaga, em Recife (PE), que possui discos raros, arquivos de áudio e fotos (Foto: Divulgação)
Memorial Luiz Gonzaga

O local é um centro de memória e pesquisa visitado tanto por estudiosos quanto por turistas. O acervo, montado a partir do material de um colecionador, é formado por discos raros, fotos, impressos, álbuns de recortes, vídeos e arquivos de áudio em formato MP3. Também há fotos, partituras e outros documentos replicados a partir dos originais disponíveis no Parque Aza Branca. O memorial organiza ainda cursos e outras atividades sobre o tema.

Endereço: Pátio de São Pedro, casa 35, Recife (PE).

Telefones: (81) 3355-3154 e (81) 3355-3155.

Horários: De segunda a sexta-feira, das 9h às 17h.


Projeto do Cais do Sertão Luiz Gonzaga, museu que será inaugurado no porto do Recife (Foto: Divulgação)Projeto do Cais do Sertão Luiz Gonzaga, centro cultural em construção no Porto do Recife (Foto: Divulgação)
Cais do Sertão Luiz Gonzaga (em construção)

O novo centro cultural em homenagem à cultura sertaneja e ao Rei do Baião fará parte de uma nova área que está sendo revitalizada no Porto do Recife e que deve abrigar centro de compras, cinema, teatro, restaurantes e hotel. Antropólogos, cineastas e músicos como Tom Zé e José Miguel Wisnik participam da equipe de conteúdo do projeto, a mesma que criou o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. Na mesma linha do museu da língua, o espaço privilegiará a interação: a ideia é que ele tenha filmes, jogos, música e objetos que exprimem a vida sertaneja, alguns deles pertencentes a Gonzaga.

No dia 13 de dezembro deste ano (data que marca o centenário do músico), haverá uma inauguração parcial do prédio de 7.500 m², que fica ao lado do Marco Zero, no Recife antigo. “A ideia é trazer o sertão para a beira do mar”, diz Isa Grinspun Ferraz, responsável pelo projeto do museu. A inauguração completa deve ocorrer em 2013.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Filme: Luiz Gonzaga tem estreia nacional hoje no Cinema (Exclusivo no Blog Sertão9)

Gonzaga - De pai para filho estreia nesta sexta-feira; cinebiografia custou R$ 12 milhões





Vai ter muito marmanjo querendo esconder as lágrimas ao verGonzaga - De pai para filho, cinebiografia dirigida por Breno Silveira (2 filhos de Francisco), que finalmente chega às salas de cinema de todo o Brasil a partir desta sexta-feira. 

Pensado para emocionar, o filme mostra a relação tumultuada entre Luiz Gonzaga e o filho, Gonzaguinha, na super produção que custou R$ 12 milhões. No ano quem que o “Rei do Baião” completaria 100 primaveras sob o sol do Sertão - e do Rio e de tantos outros recantos do país aonde foi, levando o forró, o xote e outros ritmos nordestinos - é um presente para o público, pela fidelidade com que a trama é construída, pela roupagem musical, pelo registro da “intimidade” de um ídolo.

Gonzaga, o pai, é retratado em três fases no filme: pelo ator Land Vieira, dos 17 aos 23 anos; pelo sanfoneiro Chambinho do Acordeon, dos 27 aos 50 e Adélio Lima, na casa dos 70 anos. Já a evolução da vida de Gonzaguinha é experimentada por Alison Santos (10 aos 12 anos); Giancarlo di Tommaso (dos 17 aos 22) e Júlio Andrade (dos 35 aos 40). 

É justamente a interpretação do gaúcho Júlio Andrade uma das que mais impressiona. Em alguns momentos do filme difícil é saber onde começa a ficção e termina a realidade, tão fiel é a caracterização e a entrega. Ele conta que trava uma relação com a música de Gonzaguinha desde pequeno. 

UFRPE concederá título de Doutor Honoris Causa a Luiz Gonzaga


A Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) vai conceder ao cantor e compositor Luiz Gonzaga o título de Doutor Honoris Causa in memorian. A honraria é um reconhecimento a personalidades que tenham se destacado na ciência, nas artes ou nas relações com a sociedade. A cerimônia de entrega do título será no dia 22 de novembro, no salão nobre da UFRPE.
A homenagem é uma forma de lembrar os 100 anos de nascimento do Rei do Baião. Em 2012, a UFRPE também completa 100 anos de fundação. O documento que formaliza a proposta de concessão do título lembra que, em canções como "Asa Branca" e "Assum Preto", Luiz Gonzaga valoriza os animais da caatinga e prega a conservação da natureza.
De acordo com a universidade, a ideia de conceder o título de Honoris Causa a Gonzagão surgiu numa entrevista concedida pelo pesquisador da UFRPE Severino Mendes Júnior ao programa Nordeste Viver e Preservar, da Rede Globo Nordeste. “Eu acho que a gente poderia dar o título de Doutor Honoris Causa ao Luiz Gonzaga, por conta do seu conhecimento popular que, pra gente, é uma literatura muito rica. Um doutor em natureza, um doutor em ecologia”, brincou o pesquisador.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

'Gonzaga - De Pai para Filho' chega amanhã aos cinemas.(Exclusivo no Blog Sertão9)


Se não estivessem juntos no set para trabalhar, seria possível dizer que o encontro dos integrantes da equipe de "Gonzaga - De Pai para Filho", que estreia nesta sexta-feira, se tratava de uma reunião do fã-clube de Luiz Gonzaga (1912-1989). Por coincidência, tanto o diretor Breno Silveira (de "2 Filhos de Francisco"), quanto os atores principais Chambinho do Acordeon e Julio Andrade têm estreita ligação com o Rei do Baião ou são seus admiradores de longa data.
"O Gonzaga frequentava a casa do meu avô, que era político em Pernambuco", relembra Silveira, que levou sete anos para concretizar o filme idealizado por Maria Hernandez. Chambinho, que interpreta no filme o cantor em sua fase áurea da carreira, também é sanfoneiro e aprendeu a tocar músicas de Luiz Gonzaga com 8 anos de idade. Já Andrade, que vive Gonzaguinha (1945-1991), filho do protagonista, já ganhou uns trocados cantando músicas de seu personagem em bares.
Ao mesmo tempo em que narra a trajetória de Gonzaga, o longa mostra a complicada relação do músico com seu primogênito, criado pelos amigos Xavier (Luciano Quirino) e Dina (Silvia Buarque), pois o pai estava ocupado fazendo shows pelo Brasil. A volta à questão da paternidade não é um acaso na filmografia de Breno Silveira, que também tocou no assunto em "À Beira do Caminho", lançado neste ano. "Alguém falou que a gente faz eternamente o mesmo filme. Acho que estou neste contexto", assume o cineasta.
As famílias de Gonzaguinha e de Rosa Gonzaga, filha adotiva do sanfoneiro, não se bicavam, mas acabaram se unindo durante a produção. "Eles não se falavam. Então, a gente combinou um jantar e juntou todos depois de 15 anos. Hoje, eles voltaram a se frequentar, voltaram a ser uma família", orgulha-se Silveira.

Feira reúne pequenos cientistas brasileiros em Pernambuco



Pequenos cientistas de todo o Brasil estão reunidos no Chevrolet Hall, em Olinda, até a sexta-feira (26). Eles possuem ente 8 e 16 anos e estão apresentando invenções de todo tipo na Feira da Ciência Jovem de Pernambuco, que deve atrair um público de mais de 10 mil pessoas. O evento é promovido pelo Espaço Ciência. Os estudantes que apresentarem os melhores projetos ganharão passagens aéreas e a inscrição em feiras nacionais e internacionais.

A Feira da Ciência Jovem do estado é considerada uma das três maiores do Brasil. Maciel Oliveira veio de Alagoinhas, no interior da Bahia, para mostrar seu projeto e contar como a pesquisa científica mudou para melhor a sua vida. “Não mudou só na escola; mudou também em casa, uma vez que o interesse aumentou. Não é só o incentivo à pesquisa, mas também o fato de lidar com as pessoas. Aqui não é só apresentar os trabalhos, mas fazer amizades, conversar com as pessoas”, comentou.

Os alunos de fora vêm de escolas públicas – só Pernambuco tem representantes de escolas particulares. Ao todo, são 320 trabalhos expostos, que não são só das chamadas “ciências duras”, como física, química e matemática, mas também das ciências sociais e humanas. O projeto “Vozes do Verso”, da Escola Renato Fonseca, de Olinda, por exemplo, trabalha com os alunos a importância da leitura e da literatura.

Um dos destaques da feira são os alunos dos ensinos fundamental e infantil. Gabriela Andrade, de apenas 8 anos, não esconde: gosta de perguntar, de achar resposta e está convencida de que é uma pequena cientista. “A gente aprende mais, para poder repassar para as outras pessoas. No futuro, posso ser professora”, falou.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

O rei do baião é a esperança do cinema nacional,na próxima sexta-feira


Não é segredo para ninguém que, em 2012, o cinema brasileiro contabilizou um dos piores resultados de público desde a sua retomada nos anos 1990. Filmes-prontos como “E aí, comeu?” foram alguns dos únicos que se destacaram com mais de dois milhões de pagantes. Não se sabe ao certo quais são as razões para o árido cenário cinematográfico, o que se sabe é que “Gonzaga – De Pai para Filho” é a esperança de reverter este quadro.


O longa, dirigido pela mão sensível do carioca Breno Silveira – o mesmo do sucesso “Dois Filhos de Francisco” –, foi orçado em R$12 milhões de reais e terá sua estreia no próximo dia 27 de setembro, na abertura do Festival do Rio, com ares de superprodução.

“Gonzaga – De Pai para Filho” conta a história de Luiz Gonzaga (1912-1989), o rei do baião, mas do ponto de vista de seu filho, o cantor Gonzaguinha (1945-1991), que não tinha uma relação muito próxima com o pai, já que tiveram poucos anos de convivência. O relato, dividido em três épocas, explica como Gonzaguinha conheceu a importância e a essência de Gonzagão próximo e após sua morte.

Previsto para entrar em circuito no dia 26 de outubro, com 400 cópias, o filme nasceu de uma caixa de fitas cassete em que Gonzaguinha conversa com o pai. Elas foram entregues ao diretor do filme por Marcia Braga, produtora, e Maria Rachel, que participa do roteiro, escrito por Patrícia Andrade (fiel parceira do cineasta) com colaboração de George Moura. Silveira também usa o livro “Gonzaguinha e Gonzagão – Uma história brasileira”, de Regina Echeverria.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Atores novatos dão mais autenticidade a filme sobre relação entre Gonzagão e Gonzaguinha


  • O músico Chambinho do Acordeon em cena de Gonzaga - De Pai para Filho, de Breno Silveira
  •  músico Chambinho do Acordeon em cena de "Gonzaga - De Pai para Filho", de Breno Silveira
Tudo que envolve o Rei do Baião Luiz Gonzaga é grande, insiste o cineasta Breno Silveira (“À Beira do Caminho”), mas grande também foi o risco assumido por ele na escolha do protagonista de seu novo filme, “Gonzaga - De Pai para Filho”. O longa é também mais uma incursão do diretor no mundo da música e das relações entre pais e filhos, depois de “Dois Filhos de Francisco" (2005).

OS TRÊS GONZAGAS

  • Land Vieira, 19: dos 17 aos 23 anos
  • Divulgação
    Chambinho do Acordeon, 32: dos 27 aos 50 anos
  • Divulgação
    Adélio Lima, 40: aos 70 anos
Na produção, que estreia em cerca de 400 salas na sexta-feira (26), o pai era Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, e o filho, o também músico Gonzaguinha, com quem ele sempre teve uma relação difícil.
Depois de fazer testes com artistas conhecidos, Breno foi encontrar seus protagonistas em três atores sem qualquer passagem pelo cinema – um deles sequer tinha experiência em atuação. Para as três fases do personagem, Breno escolheu Land Viera, 19, que atuou nas novelas “Cama de Gato” e “Cordel Encantado”, o pernambucano Adélio Lima, 40, que se apresentava como o Rei do Baião no Museu Luiz Gonzaga em Caruaru (PE), e o músico Nivaldo Expedito de Carvalho, 32, conhecido como Chambinho do Acordeon, que jamais tinha atuado.
“No começo, eu tinha certeza que ia encontrar um bom ator que pudesse ser maquiado para ser Gonzaga. Não me dei conta até começarem os testes de que estava completamente errado. E foi me dando medo quando percebi que ninguém preenchia a quantidade absurda de requisitos: ser parecido fisicamente, cantar, tocar sanfona, que é difícil. Eu achei em um momento que o filme não ia rolar, que a procura do Gonzagão ia inviabilizar o filme. E aí surgiu a ideia de procurar no povo”, conta Breno.
“Procurar no povo” significou anunciar testes em rádios de todo o Nordeste, o que rendeu milhares de inscrições, que passaram por diversos filtros até chegar em cinco candidatos que foram levados para uma preparação no Rio de Janeiro. Entre eles estavam Adélio e Chambinho, que disputavam o papel de Gonzagão na mesma fase, entre os 27 e os 50 anos.
Adélio tinha alguma experiência como ator amador, encarnando Gonzaga no museu localizado em Caruaru. Já Chambinho nunca tinha atuado.
“Quando eu vi o Chambinho cantar, pensei ‘O Gonzaga baixa nesse cara quando ele canta Gonzaga’. Ele tem uma impostação muito parecida, uma sanfona muito parecida, um sorriso que parecia o do Gonzaga – porque o Gonzaga tinha um sorriso meio malandro, meio matuto, mas um sorriso que não tinha medo. Parece que ele passou pela vida sorrindo daquele jeito porque tinha uma sabedoria matuta que eu acho que o Chambinho também tem, e que cativa as pessoas. É nessa alma que consegui ver o Gonzagão que eu queria”, conta Breno.
Mesmo tendo selecionado Chambinho para a vida adulta de Gonzaga, Breno também reconheceu talento em Adélio e decidiu escalá-lo para viver o personagem aos 70 anos. “Ele acabou se revelando um ator extraordinário”, diz o diretor.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Aviões do Forró lança repertório e já anuncia retorno no Piauí Fest 2013


Com repertório novo e cantando seus grandes sucessos, pela quinta vez em cinco anos de Piauí Fest Music, a banda Aviões do Forró foi a terceira apresentação do segundo dia do festival. O grande diferencial da que atualmente é considerada a maior banda de forró do mundo é que as músicas novas já estão na boca da galera.

                                     Blog Sertão9

“Vamos apresentar quatro ou cinco novas músicas, mas que já estão estouradas nas rádios e aqui em Teresina na é diferente”, disse Xandy antes de subir no palco ao Cidadeverde.com eo cantor estava certo. Logo na primeira música o público de 30 mil pessoas já começou cantando com Xandy e Solange as canções “Barangandam” e “Chão Chão”.

Os grandes sucessos levantaram o público que cantava e dançava com a banda. No meio do show o cantor anunciou que já foi confirmado o Piauí Fest Music 2013 para os dias 18 e 19 de outubro do próximo ano e que a banda já estava contratada. “É porque só tem Piauí Fest Music se tiver Aviões, já que participamos de todas as edições”, brincou Xandy.

A banda também tocou o grande sucesso da novela Avenida Brasil, que era tema da personagem Suelen “Correndo atrás de mim”. “A repercussão foi a melhor possível e ainda está rendendo bons frutos, com apresentação em todo Brasil e em programas de TV”, destacou Xandy.

domingo, 21 de outubro de 2012

Trailer Oficial HD - Gonzaga, De pai pra filho(Dia 26 de Outubro em todos os cinemas)

Atrações em Uberlândia celebram os 100 anos de Luiz Gonzaga,o Rei do Baião


Blog  Sertão9

Luiz Gonzaga (1912-1989) deixou um legado que até hoje é perpetuado não só no Nordeste como em todas as regiões do país
Uberlândia X Exu, no sertão pernambucano, mas o forró tipicamente gonzaguiano, da terra natal do Rei do Baião e de outras regiões do Nordeste, vai transformar a praça Sérgio Pacheco, no Centro da cidade, durante este domingo. Em homenagem ao centenário de Luiz Gonzaga (1912-1989), o evento traz atrações com shows carregados do mais autêntico forró pé-de-serra, além de comidas, decoração e danças típicas nordestinas.
Quem sobe ao palco são as bandas Quarteto Gafieira, Trio Aracati, Forró Q Só, Os 3 do Cerrado, Trio Façuá e Nonato Nunes e Banda. Esta encabeçada pelo cearense de Juazeiro do Norte, que há 18 anos mora em Uberlândia com a missão exclusiva de divulgar a cultura de sua região. “Quando cheguei a Uberlândia, não fui bem recebido, mas hoje as pessoas adoram nossa música. Os nordestinos estão construindo a cidade. Já fiz uma pesquisa em construções civis e 90% da mão de obra veio do Nordeste em busca de uma vida melhor”, disse Nonato Alves.
Nonato Nunes é o nome artístico de Raimundo Nonato Almeida, também presidente da Associação dos Nordestinos em Uberlândia, criada há 20 anos. Um apaixonado pelas suas raízes, que circula pela cidade, dando palestras e falando sobre a vida do sertanejo, tratada também nas letras de Luiz Gonzaga. “Falar do Nordeste, sem falar de Lampião, Maria Bonita, Luiz Gonzaga, Padre Cícero e Frei Damião não é falar do Nordeste. Luiz Gonzaga foi o rei do forró. Antes teve o Januário, pai dele, ainda teve o Sivuca, mas cantar o Nordeste de verdade, só o Luiz Gonzaga conseguiu”, afirmou Nonato.

“Rega bofe”

Registro do início dos anos 50 de Gonzagão em Uberlândia
Para dar sabor à comemoração de hoje, a festança vai ser regada com Pitú, aguardente de cana típica da região nordestina, mas famosa no Brasil e no exterior, acompanhada de buchada de bode, tapioca, carneiro assado, carneiro ao molho, bode assado, sarapatel, baião de dois, escondidinho, frango caipira, dobradinha, caldo de mocotó, de costela, carne de sol e outras iguarias. Este pratos já são tradicionais na Feira dos Artesãos de Uberlândia que acontece todos os domingos, das 8h às 17h, também na praça Sérgio Pacheco. “Estes eventos são bons para a gente matar a saudade e para nossos filhos verem como é o Nordeste, já que tem muito filho de nordestino aqui em Uberlândia que não conhece nossa tradição”, disse Nonato Nunes, presidente da Associação dos Nordestinos.

sábado, 20 de outubro de 2012

A síntese do sertão,Luiz Lua Gonzaga o pilar da cultura Nordestina


Xilogravuras de João Pedro do Juazeiro que ilustram o livro: Gonzaga é criador e criatura do imaginário sertanejo

 


Em se tratando de sertão, Luiz Gonzaga é meio e mensagem. Serviu de veículo para consolidar no imaginário nacional uma estética e um universo simbólico do qual era, ao mesmo tempo, criatura e criador. “Gonzaga, através de sua música, expressou a visão estética nordestina – até então somente revelada pela literatura, e limitada a um pequeno círculo – a todos os níveis sociais, em todo o País”, defende a professora e musicóloga Elba Braga Ramalho.
Em meio às celebrações do centenário de Luiz Gonzaga, que será comemorado em dezembro, Elba está lançando a segunda edição do livro Luiz Gonzaga: a síntese poética e musical do sertão, ensaio publicado dentro da Coleção Juazeiro, coordenada pelo professor e pesquisador Gilmar de Carvalho, e luxuosamente encadernado com fotografias de Francisco Sousa e xilogravuras de João Pedro do Juazeiro.
Nesse trabalho, Elba discute a importância de Luiz Gonzaga no contexto da música popular brasileira e mostra como o Rei do Baião foi o primeiro cantor nordestino de expressão nacional. Para isso, analisa a relação entre a poesia, a música e o imaginário sertanejo na obra de Gonzaga. Segundo a pesquisadora, “para sentir a atmosfera ambiental de onde emergiu o talento de Luiz Gonzaga”, ela visitou a cidade de Exu, em Pernambuco, onde nasceu o Rei do Baião, e entrevistou pesquisadores, músicos profissionais e pessoas que tiveram contato com ele.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Rei do Baião e seu filho chegam as telonas do país,na próxima sexta(Dia 26)


Ator Adélio Lima interpreta o músico Luiz Gonzaga aos 70 anos
Ator Adélio Lima interpreta o músico Luiz Gonzaga aos 70 anos
Embalado pelo som animado da sanfona que ecoava fortemente na década de 1920, no sertão pernambucano, o filme "Gonzaga - De pai pra filho" revela os detalhes mais íntimos da trajetória de um mito da música nordestina, que passou quase a vida inteira dividido entre os palcos, que lhe abrigavam e sustentavam, e o amor pelo filho, com quem teve uma relação conturbada e só conseguiu se entender após 30 anos.
Com roteiro de Patricia Andrade, direção e produção de Breno Silveira, o filme que estreia na próxima sexta-feira (26), nas salas do País, é parte das diversas homenagens ao centenário de nascimento de Luiz Gonzaga, representante dos milhares de brasileiros esquecidos no nordeste do País, e responsável por levar seu Baião, tocado por sanfona, zabumba e triângulo, às festas juninas e forrós pé-de-serra. Além de ter colecionado mais de 600 músicas gravadas em 266 discos.
A conversa
Sentar à mesa de jantar ou no sofá da sala e ouvir as histórias da sua família contadas por seu pai. Histórias do tipo: como conheceu sua mãe e o que ele fazia quando era jovem. Isso é muito comum, mas para Gonzaguinha essas descobertas chegaram em um dia tenso de discussões que se transformou em uma entrevista com registro em gravador de voz.
Assim começa o roteiro que envolve o público em imagens sertanejas de um Brasil pouco conhecido em 1912, ano de nascimento de Luiz Gonzaga, na cidade de Exu. Filho de Januário, um famoso músico da região, Lua como era conhecido Luiz (Land Vieira) aos 17 anos se apaixona pela filha do poderoso coronel Raimundo (Domingos Motagner), Nazinha (Cecília Dassi). Negro, pobre e sem ensino, Lua não tem a menor chance de ganhar a aprovação para namorar a menina e é obrigado a abandonar seu amor, após uma surra de cinto e ameaça de morte.
Como qualquer pessoa, é na dificuldade e na vontade de progredir na vida que Luiz deixa sua cidade natal. A companheira sanfona se transforma no dinheiro que garante sua viagem para Fortaleza, no Ceará, onde se alista no Exército e passa os dez anos seguintes de sua vida. Sob regras e pressão de um período de várias revoluções Brasil afora, a esperança e voltar para Exu reconhecido e com condições de casar com sua paixão de adolescência.
Nem tudo sai como o esperado e o dinheiro que ganha não é o suficiente para manter seus sonhos. Mais uma vez, a sanfona entra em cena, agora no Rio de Janeiro, onde Gonzaga tenta ganhar a vida como músico na boemia carioca.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

A cartografia poética de Gonzagão,do Nordeste para o mundo

Bené Fonteles, autor do livro que inspirou o filme Gonzaga, De Pai Para Filho,é uma das atrações do Festival Literário da Pipa

Câmara Cascudo escreveu na contracapa de um disco de Luiz Gonzaga: "O sertão é ele". Ninguém duvida. O músico, jornalista e escritor paraense Bené Fonteles reforça a importância do ícone nordestino com o livro "O Rei e o Baião", tido como uma obra definitiva para se entender e conhecer mais o legado do músico que pôs a música nordestina no mapa cultural do Brasil no século XX. Bené virá ao Estado para lançar o livro e participar da mesa "Luiz Gonzaga: Uma Poética Musical", dia 24 de novembro, durante o 4º Festival Literário da Pipa (o evento começa dia 22). Ele dividirá a prosa com Marcos Lopes, criador do Forró da Lua, e o pesquisador pernambucano Paulo Wanderley. A assinatura de Cascudo e outros tantos dados foram relacionados no livro - que para ele, faz parte de um processo que ele conduz desde os anos 70, quando conheceu Gonzagão. Seu livro também inspira o filme "Gonzagão: de pai para filho", que estreia próxima semana. Ao VIVER, ele falou longamente sobre seu ídolo e objeto de estudo.   

O que você abordará na mesa "Uma poética musical", sobre Luiz Gonzaga.
Desde a importância da lírica nordestina do cordel, aos cultos parceiros de Luiz Gonzaga, como Humberto Teixeira e Zé Dantas, que contribuíram para a construção de uma cartografia poética que abrangia o Nordeste em seus mais ricos costumes e sabedorias, paisagens e ambiências, religiosidade e crendices, situação econômica e política como, talvez, não houve igual na musica popular brasileira. As dezenas de parceiros de Gonzaga deram às suas melodias e recriações musicais um roteiro ou mapa cultural e espiritual do Nordeste que ainda está sendo estudado pelos acadêmicos da área de antropologia e sociologia cultural. Na verdade, em 1947, Gonzaga e Teixeira criam um movimento cultural com uma música manifesto que é "Baião" e trazem do Nordeste para o Sul a música nordestina então desconhecida e uma cultura desprezada que passou a ditar não só uma "dança da moda" mais uma forma de ver e sentir o mundo brasileiro e universal para todo país. Foi num movimento extraordinário, uma "operação inversa" como dizia Sivuca, quando era o Sul que ditava a moda e os ritmos, e ainda dita. A força do arquétipo ou ícone que Gonzaga criou juntando a figura do cangaceiro com o vaqueiro e criando um mixagem cultural única e original, foi o que ficou de forma emblemática. Só Carmem Miranda havia conseguido tal feito com sua baiana estilizada, além do seu talento, carisma e originalidade iguais ao Rei.

 Como foi o processo de produção de "O Rei do Baião"? Como surgiu e quanto durou?

A vontade do livro vinha de muitos anos de pesquisa, mas se tornou muito oportuna com a criação do museu Cais do Sertão Luiz Gonzaga, em Recife, e o interesse do Ministério da Cultura em fazê-lo e incentivar através do Fundo Nacional de Cultura a feitura do livro em 2010, sem falar na proximidade do centenário de nascimento de Luiz Gonzaga este ano. Depois de tudo que tinha de discos, livros, filmes, cordéis que fui resenhando, a pesquisa e o tratamento do material iconográfico que levantei em viagens pelo Nordeste, foi importante convidar os ensaístas como Antônio Risério, Elba Braga, Hermano Viana, Sulamita Vieira e Gilmar de Carvalho, alguns com livros de teses de doutourado já publicadas sobre a obra de Gonzaga, sem falar na provocação a vários artistas para criarem obras sobre o Rei e seu universo imagético. Para editar tudo isso não levei nem dois anos, mas a pesquisa venho fazendo desde os anos 70, quando escrevi em 1971 o espetáculo "Luiz Lua, Obrigado!" para o Teatro Universitário da UFC, em Fortaleza, e quando em 1972 comecei minha amizade com Gonzaga, e ele mesmo foi me municiando de material sobre sua obra.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Marina Elali homenageia Gonzaga e Zé Dantas em show em Olinda


 Zé Dantas e Luiz Gonzaga serão os grandes homenageados no show da cantora Marina Elali, que acontece às 20h da quinta-feira (18), no Chevrolet Hall, em Olinda. A cantora, que é neta de Dantas, se apresenta ao lado de vários convidados, como Chorão, Ivete Sangalo, Elba Ramalho e Quinteto Violado. O show será para a gravação de um DVD, e os ingressos custam R$ 30 (pista meia), R$ 60 (pista inteira), R$ 50 (meia pista premium) e R$ 100 (inteira pista premium). As entradas podem ser compradas nas lojas Renner e na bilheteria.

Nascida no Rio Grande do Norte, de pai árabe e mãe e avô pernambucanos, Marina Elali tem diversas influências em sua música. No show que será mostrado quinta, a cantora apresenta o projeto de levar as canções de Zé Dantas e Gonzagão para o público jovem. Misturando a tradição do baião ao rock, MPB e sertanejo.

Entre os convidados estão também Zezé Di Camargo e Luciano, que cantam “A Volta da Asa Branca”, Orquestra Criança Cidadã, que acompanha Marina em “Paulo Afonso”, Tânia Mara, que canta “Sabiá”, e Spok e sua orquestra, com “São João na Roça”.