sábado, 14 de maio de 2011

A ÚLTIMA VIAGEM DO REI DO BAIÃO A EXÚ. PERNAMBUCO SUA TERRA NATAL.


Fotos expostas no Museu; Luiz Lua Gonzaga

 No início de maio de 1989, já bastante doente, Gonzaga decide ir a Exú. Queria apresentar aos amigos a nova mulher, Edelzuíta, que tentou, inultilmente, demovê-lo da idéia. Não fazia um mês que havia se submetido a uma cirurgia para a colocação de platina, cujo objetivo era sustentar o fêmur esquerdo. Segundo Zuíta, o médico recomendara que, durante três meses, ele só poderia andar no plano, e sem fazer esforço, já que o osso estava “como uma teia”, em consequência da osteosporose.
Teimoso como era, Gonzagão marcou a viagem e os dois foram de avião até Juazeiro do Norte, e de lá seguiram para Exú de carro. Na hora do desembarque, “não quis a cadeira de rodas, de jeito nenhum, e desceu as escadas do avião andando, quando soube que ali estava um grupo de estudantes a sua espera”, lamenta Zuíta. Com o esforço, a platina se desprendeu e ficou ferindo a carne, o que passou a provocar dores insuportáveis no artista, combatidas somente com a morfina.
Durante os três dias, em Exú, além do sofrimento físico, Luiz sofreu a grande decepção ao descobrir que sua ex-mulher, Helena, havia levado todo o seu acervo para o Rio de Janeiro. Seu sonho era montar o museu, cujo prédio fora construído por ele. “Mesmo assim, a casa ficou cheia e ele me apresentava aos amigos, com o maior orgulho”, revela Edelzuíta. Mas o sofrimento de Lula, sobretudo pelas dores nas pernas, só deixou lembranças tristes em Zuíta, naqueles dias em Exú.

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