domingo, 19 de fevereiro de 2012

[Leia] O rei do baião terá enfim sua coroação.



RO KIRILOS / O GLOBO
Unidos da Tijuca vai pôr monarcas em lombo de jegue para homenagear Luiz Gonzaga

O carnavalesco Paulo Barros, agachado, e os reis e rainhas do abre-alas que participarão da coroação de Luiz Gonzaga
Foto: Pedro Kirilos / O Globo
O carnavalesco Paulo Barros, agachado, e os reis e rainhas do abre-alas que participarão da coroação de Luiz Gonzaga Pedro Kirilos / O Globo


RIO - Monarcas de diversas gerações e nacionalidades estarão no abre-alas da Unidos da Tijuca, que vai homenagear o cantor e compositor Luiz Gonzaga em seu desfile na Marquês de Sapucaí, na segunda-feira de carnaval. Como o “Rei do Baião” nunca fez parte de uma legítima realeza – foi apelidado assim pelo povo que o admirava -, o carnavalesco Paulo Barros resolveu transformar a festa de celebração do centenário de nascimento do autor de “Asa Branca” e outras clássicas canções num evento da monarquia.
Quebrando o protocolo característico de qualquer cerimonial que envolva realezas, Paulo Barros vai abrir o carnaval da Tijuca abusando do humor. Reis e rainhas desembarcarão no carro que vai representar um aeroporto de Pernambuco, terra de Gonzagão, e de uma forma nada convencional irão coroar o Rei do Sertão.
- A Unidos da Tijuca é o cerimonial responsável por produzir a festa de celebração de Luiz Gonzaga, que terá como convidados os monarcas. A grande chacota é convocar figuras como o rei do pop Michael Jackson para fazer parte dessa cerimônia de coroação. Existem dois tipos de monarca, o de sangue e o eleito pelo povo. O nosso homenageado é rei de mentirinha, então a nossa festa será diferente. Em vez de os convidados ilustres cruzarem a pista numa limousine, vão encarar o lombo de um jegue – adianta o carnavalesco.
No roteiro de viagem que Paulo Barros criou para os monarcas conhecerem as maravilhas pernambucanas que inspiraram Luiz Gonzaga em suas letras, terão destaque a comida e a cultura nordestinas e também a fé, a religião, através da Missa do Vaqueiro. Além de explorar o percurso a bordo de jegues, os reis ainda farão um passeio de barco às margens do Rio São Francisco, de onde sairão para conhecer as festas juninas e o forró que consagrou Luiz Gonzaga.
- Vamos levar a realeza para conhecer tudo o que ele cantou. Será uma homenagem em forma de aventura – afirma Paulo, que pela primeira vez assina um enredo patrocinado.
Somente no abre-alas, serão cinquenta reis abrindo a passagem da escola pelo Sambódromo. E a escalação do elenco que vai representar na avenida as majestades que entraram para a história mundial, como a rainha Elizabeth II, da Inglaterra, não foi tarefa fácil. Ensaiadores das alas e carros coreografados da Unidos da Tijuca, Marcelo Sandrini e Roberta Nogueira fizeram uma minuciosa peneira para escolher os componentes que participarão da abertura do desfile da agremiação. O desafio maior foi encontrar pessoas que se parecessem fisicamente com os personagens escolhidos para compor a realeza fictícia.
- Ficamos um mês selecionando as pessoas e, pelas fichas de cadastro, já dava para termos uma ideia de como seria uma missão difícil. Mas o resultado ficou ótimo. Como não são atores, os componentes que aceitassem desfilar teriam que fazer um laboratório e muita pesquisa para copiar o modo de andar e também os gestos dos reis escolhidos pelo Paulo Barros. Desde o início, ele pediu que a semelhança não se limitasse à caracterização de figurino e maquiagem, mas que aparecesse na postura de cada um – explica Sandrini.


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