sábado, 30 de junho de 2012

Luiz Gonzaga e sua maior inspiração para fazer música: os vaqueiros


Uma paisagem árida, seca. As nuvens só trazem esperança. É a terra de carcará, de gente sofrida e esquecida. Mas uma voz gritou alto para todo mundo ouvir.
O aboio é o canto do vaqueiro. A forma de se comunicar com o gado, na solidão da Caatinga. O boiadeiro segue a boiada cantando, improvisando. Falando até de amor, saudade e solidão.
"A saudade do peito machuca meu coração, porque Gonzagão morreu", cantou o aboiador.
O vaqueiro foi o maior personagem da inspiração de Luiz Gonzaga. O Rei do Baião foi um grande aboiador. Ele aboiou nas músicas e nos momentos mais difíceis, nos seus últimos dias de vida.

“Um dia uma dor muito grande, dentro do Hospital Santa Joana no Recife, foi gemer deitado na cama ao gemer ele aboiou, dizem que o hospital parou. A dor transformada em arte”, afirmou João Claudio, ator e cantor.

O aboio e a roupa. O chapéu de couro e gibão do vaqueiro nordestino estavam sempre em cena. Seu Aprigio confecionou algumas vestimentas do Rei do Baião.
“Se tivesse algum defeitinho ele ia em cima”, contou seu Aprigio.
Mesmo depois da morte de Gonzagão o chapéu e o gibão ainda fazem sucesso. Ele comanda cinco pessoas para dar conta dos pedidos. Para o vaqueiro, a roupa de couro é uma proteção natural na vegetação espinhosa da Caatinga.

Nenhum comentário:

Postar um comentário