sexta-feira, 27 de julho de 2012

Cem anos do Rei do Baião: A voz do Nordeste no Brasil mais no Blog Sertão9


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Em boa parte da história do Brasil, o Nordeste foi relegado a coadjuvante do desenvolvimento nacional e a região ficou esquecida dos governantes, levando mão de obra barata ás grandes cidades do sul do país. Luiz Gonzaga do Nascimento, conhecido com Lua ou Gonzagão, após surgir no mundo da música o seu filho, fora do casamento, Luiz Gonzaga Júnior, o Gonzaguinha, criado no Rio de Janeiro, sob os olhos distantes, mas presentes e severos do pai. Também conhecido como o Rei do Baião, título que lhe caiu tão bem pela empolgação com que cantava os temas tão marcantes para os brasileiros do Nordeste espalhados pelo país afora.
Gonzagão, que nasceu no dia 13 de dezembro de 1912, na cidade de Exu, no sertão pernambucano, cedo se entusiasmou pela música do Nordeste e começou a tocar acordeom, instrumento que lhe relegaria notoriedade no cenário musical brasileiro. Além de grande instrumentista Luiz Gonzaga encantou os nordestinos de Toto o país com sua indumentária de vaqueiro da região e com suas composições falando das questões vivenciadas pelos sues conterrâneos e espalhando baiões, xaxados, xotes para iluminar a vida de todos os brasileiros com música dançante e ao mesmo tempo identificada com as necessidades dos trabalhadores do Nordeste, o que deu universalidade à suas obras.
Admirado por nada menos que Dorival Caymmi, Gilberto Gil, Raul Seixas, Caetano Veloso e toda uma legião de músicos de todo o país, influenciando uma gama diversificada de gerações, tornando-se um dos grandes nomes da Música Popular Brasileira, com suas canções ritmadas no canto de aboios e vaquejadas, modernizando e difundindo a canção regional do Nordeste ao incorporar seus ritmos ao gosto popular nacional.
Muitas de suas canções fazem parte do dia a dia dos brasileiros de Oiapoque ao Chuí como Asa Branca (em parceria com Humberto Teixeira, 1947), uma das músicas mais executadas de nosso cancioneiro popular; Assum Preto (com Humberto Teixeira, 1950); Cintura fina (com Zé Dantas, 1950); Fole gemedor (1964); Hora do adeus (Luiz Queiroga e Onildo Almeida, 1967); A morte do vaqueiro (com Nelson Barbalho, 1963); A vida do viajante (com Hervé Cordovil, 1953); Á-bê-cê do sertão(com Zé Dantas, 1953); Lorota boa (com Humberto Teixeira, 1949); O xote das meninas (com Zé Dantas, 1953), entre outras centenas de músicas que iluminaram os céus brasileiros por décadas, de importância fundamental para todos os que desejam conhecer a cultura popular brasileira através de nossas expressões musicais.

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