domingo, 29 de julho de 2012

Coletânea com artistas de diversas gerações celebra centenário de Luiz Gonzaga



O produtor Thiago Marques Luiz produziu um álbum triplo, 100 anos de Gonzagão, com cinco dezenas de gravações inéditas de clássicos de Luiz Gonzaga (1912–1989), para comemorar o centenário de nascimento do autor de Asa branca. Gravado entre janeiro e maio deste ano, o álbum é dedicado a Dominguinhos e tem intérpretes de várias gerações e estilos musicais. O primeiro disco é dedicado ao tema sertão, o segundo à música de chamego e o terceiro ao baião.



Mesclando, na primeira faixa, Asa branca a uma citação de Hora do adeus, o primeiro disco começa solene, com Dominguinhos, Geraldo Azevedo, Ednardo e Anastácia. Segue A volta da asa branca, com Fafá de Belém soando como cantora dos anos 1950, e A morte do vaqueiro com um Zé Ramalho denso, quase fúnebre. Elba Ramalho está à vontade em Meu pé de serra e Geraldo Azevedo parece recuperar a vitalidade dos primeiros discos com Estrada de Canindé, seguido por uma Amelinha serena percorrendo a Légua tirana.

O diferencial do primeiro CD está na pungente versão roqueira do Vanguart para Assum preto. Mas ainda tem Cida Moreira quase lírica em Acauã, o neto Daniel Gonzaga reverente em Juazeiro e o novato Ayrton Montarroyos sereno no Riacho do navio. E mais: Zezé Motta (A vida do viajante), Anastácia e Oswaldinho (A feira de Caruaru), Cátia de França (Vozes da seca), Passoca (Baião da garoa), Chico César (Pau de arara), Guadalupe e Liv Morais (Ave Maria sertaneja), André Rio (Boiadeiro) e Gonzaga Leal (Noites brasileiras). E isso é só um terço do projeto...

O segundo CD busca as toadas de amor e os temas mais maliciosos. Aberto com o gaúcho Filipe Catto, numa leitura delicada de A sorte é cega, tem uma Maria Alcina irreverente em Xamego, o inusitado encontro de Elke Maravilha e Trio Dona Zefa (Capim novo) e alguns artistas saindo de seus sotaques em favor da música, como Karina Buhr (Xanduzinha), Thais Guillin (Balance eu), Verônica Ferriani (A letra) e até Ednardo (Vem morena). O lado cult está garantido com Gaby Amarantos, que dá tratamento de tecnobrega a Cintura fina, e o mix de brasileiros e americanos de Nova York do Forro in the Dark, com Ocheiro de Carolina.

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