sábado, 22 de dezembro de 2012

(Exclusivo) Museu do rei do baião em Campina Grande vai ser fechado


Templo da cultura nordestina por 20 anos, o Museu Fonográfico Luiz Gonzaga, localizado em Campina Grande, está com os dias contados para fechar suas portas. Sem apoio dos poderes públicos ou incentivos financeiros da iniciativa privada, o local ainda poderá receber visitantes até o dia 31 de dezembro de 2012, já que em 1º de janeiro do ano que vem a área de dois mil metros quadrados será fechada definitivamente.
 
O fundador e administrador do espaço dedicado à vida e obra do Rei do Baião, professor José Nobre de Medeiros lamenta o fato de não ter mais condições de manter o espaço aberto para a visitação do público. “Iremos desativá-lo em 1º de janeiro. Não tenho mais como continuar mantendo esse material expressivo.  É  algo que necessita de investimento, implica custos e o que eu fiz durante esses 20 anos não tenho mais condições de continuar”, contou o fundador do museu, que passou a receber os visitantes em 1992.
 
Com um acervo que conta com cerca de 1.500 discos gravados por Luiz Gonzaga, mais sete mil de outros artistas que cantaram o forró, além de mais de 250 quadros, dezenas de livros em que o objeto de pesquisa é o Rei do Baião e o forró, vários objetos pessoais e musicais que acompanharam o 'Velho Lua' ao longo de sua carreira, o Museu Fonográfico realizou seu último grande evento na quinta-feira da semana passada, dia que marcou o centenário de nascimento de quem cantou as coisas dos Nordeste.
 
“Eu fiz o que pude. Até o impossível eu acredito. Quem mais sabe do sacrifício que foi manter esse museu fonográfico aberto é minha família, pela ausência que tive em muitos momentos, pela dedicação em manter tudo isso funcionando, principalmente esse ano que foi especial. Ao longo do mês de junho, nós recebemos mais de 4.500 alunos, que vieram conhecer mais da vida e obra de Luiz Gonzaga, o que agora não poderá mais ser feito, pelo menos nesse espaço de agora”, disse.
 
E é pensando em uma nova casa para o acervo que o proprietário já começou a conversar com universidades e fundações para que a missão de aproximar a cultura do povo não seja interrompida definitivamente. “Algumas fundações no Recife já demonstraram interesse em assumir o acervo, mas a nossa intenção não é retirar essas obras de Campina Grande. Por isso, começamos a conversar com a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e há um projeto para que ela se responsabilize pelo conjunto da obra de Luiz Gonzaga que guardamos”, acrescentou José Nobre.


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