domingo, 25 de agosto de 2013

Filme desnuda alma do enigmático Ney Matogrosso

Olho nu encantou o público que lotou a sala de exibição da Casa da Cultura, em Paraty. Foto: Divulgação/ Mimo

Com a presença do seu protagonista, o filme Olho nu encantou o público que lotou a sala de exibição da Casa da Cultura, em Paraty (RJ), na noite deste sábado (24). Dirigido por Joel Pizzini e como o título sugere, o documentário mostra o cantor Ney Matogrosso de alma desnuda, sem pudor em mostrar ao mundo detalhes de sua vida e do seu processo criativo.

Editado a partir de mais de 300 horas de fitas gravadas, pertencentes ao próprio Ney, Olho nu é obra biográfica riquíssima por diversos aspectos. 

Histórico - por permitir a quem o assiste entender os nexos que ligam acontecimentos marcantes do Brasil (construção de Brasília, ditadura militar, Diretas Já) à vida de Ney Matogrosso. Até mesmo a proliferação da aids é tratada no filme. Com narração apoiada em cenas de encontros e festas com pessoas do seu círculo de amizade, o cantor relata que, naqueles tempos, a morte o atormentava. Ele chegou a ir a três enterros de amigos numa mesma semana e até manifesta espanto por não também não ter partido na mesma época.

Psicológico, humano e emocional - por expor ao mundo componentes simbólicos das dimensões consciente e inconsciente de uma personalidade enigmática e encantadora. No filme, Ney Matogrosso trata da relação com sua mãe e seu pai, um militar que não queria ver o filho se tornar artista. Em outro momento, o pai aparece em uma rara entrevista, concedida justamente durante espetáculo de Ney, aprovando o trabalho do filho.

Artística - é interessante a maneira como Pizzini montou cenas nas quais o Ney atual dialoga e mesmo discorda de comportamentos e depoimentos do Ney do passado. O artista comenta que não é dado a improvisos, revela que ensaia bastante antes de sair em turnê e demonstra ser um apaixonado pelas possibilidades criativas do teatro.

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