segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Folclore: entre a destruição das tradições e o reencantamento,aqui no Sertão9


Agosto é o mês em que é celebrado o Dia do Folclore (22) e o Patrimônio Histórico (17). No Ceará, dois movimentos se contrapõem. Um de decadência da sociedade moderna, destruição das tradições e do meio ambiente e um outro que é muito mais forte, de reencantamento do mundo. Nele, as pessoas estão voltadas para a natureza, às suas tradições e ao pensamento mágico e anímico, o que gera uma revalorização do folclore, como observa o teatrólogo e escritor Oswald Barroso, membro da Comissão Nacional do Folclore.Especialistas apontam que a luta pela preservação das velas do Mucuripe é o ponto mais frágil e evidente do choque entre essas duas tendências, de destruição e reconhecimento do folclore cearense

O especialista acrescenta que há um processo de revalorização e revitalização do folclore muito intenso no mundo, sendo este um processo novo, de futuro. No Ceará, entretanto, há uma luta entre essas duas tendências. Paralela à questão do Parque Ecológico do Cocó e da luta pela preservação do meio ambiente, existe uma luta pela preservação da cultura praieira no Estado.

Cultura esta que, para o teatrólogo e escritor, está ameaçada. "Estão querendo acabar com a Igreja de São Pedro, a festa de São Pedro e desarticular todo aquele porto de jangadas. A jangada é o símbolo do Ceará, está no brasão do Estado. Não existe nada mais simbólico para a nossa cultura do que o porto de jangadas do Mucuripe. É tarefa nossa preservar aquilo como um grande museu vivo", ressalta.Para Barroso, a luta pelas velas do Mucuripe é o ponto mais frágil e evidente do choque entre essas duas tendências, de destruição e reconhecimento do folclore. Já o movimento de quadrilhas juninas no Ceará, ressalta que nunca foi tão forte quanto hoje. Assim como a cultura sertaneja, que foi mais preservada. "Tem um memorial, os bois, reisados, que estão ativos e ainda podem ser melhor ativados. Mas, a cultura praieira, pelo fato de ser muito visada pela especulação imobiliária, é a cultura que está mais em risco", salienta.

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