
No Dia Mundial da Água, celebrado neste sábado (22), autoridades ligadas ao campo da meteorologia esperam que em 2014 os estados do Nordeste, afetados pela estiagem, tenham o alento de um boa temporada de chuvas. "Acho que este ano a gente já começa com mais expectativa do que o ano passado. Ainda caracterizamos que continuamos na seca, porém com mais esperança", explica Cristina Nascimento, coordenadora da Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA) pelo Ceará.
A espera por "bons tempos" está baseada, principalmente, na previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) de que as chuvas até o mês de maio devem ficar dentro do considerado normal para o período nos nove estados do Nordeste. Para o chefe da Divisão de Previsão do Tempo do Inmet no Recife, Ednaldo Correia, em 2014 o problema não será a falta de chuva, mas sim a distribuição da mesma em todas as regiões.
"De acordo com os prognósticos para os meses de março, abril e maio, as regiões do Agreste, zonas da Mata e Litoral dos estados nordestinos devem receber chuvas em um nível considerado normal. Somente no Sertão de estados como Alagoas, Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte e Pernambuco, é que a previsão desanima um pouco. Os dados mostram que as chuvas vão variar entre normal e abaixo do normal", analisa Ednaldo, que trabalha no Inmet da capital pernambucana há quase três décadas.
Apesar de a expectativa de um período de chuvas proveitoso na agricultura, com reflexos na pecuária, a coordenadora da ASA, Cristina Nascimento, alerta para o fato de que, mesmo com as precipitações que já alcançaram diversas regiões castigadas pela estiagem no Nordeste, a seca ainda não acabou. "Em todos os estados do semiárido já há uma quantidade de chuva, mas nenhum conseguiu superar esta situação", pontuou.
Segundo ela, os animais representam o grande prejuízo da seca que perdura desde o início de 2011. "Em 2013, não houve perda de produção porque não houve produção", avaliou Cristina, que apontou as ações de convivência com a estiagem, realizadas pelos governos dos estados, como o principal motivo para as pessoas ainda conseguirem viver nas áreas mais afetas com a falta de chuvas.
Já o meteorologista do Inmet Ednaldo Correia revela que entre todos os estados do Nordeste brasileiro, o que ainda deve sofrer com a falta de precipitações é Pernambuco. "O mês de janeiro foi muito ruim em várias regiões, o de fevereiro já foi um pouco melhor e isso deve se repetir em março. No entanto, para as áreas do Sertão - as mais prejudicadas - as chuvas tendem a diminuir a partir de abril. Se não se recuperou até agora não tem muito o que esperar para o fim do ano. A partir do próximo mês as chuvas se concentram do Agreste pro Litoral", contou o especialista em clima.
Enquanto as chuvas não chegam, o Nordeste convive com a realidade de que 74,2% dos 1.795 municípios da região estão em estado de emergência desde novembro de 2013, sendo o Ceará o "campeão" entre os mais castigados. Cerca de 96% das cidades cearenses estão em situação crítica. Rio Grande do Norte (95,8%), Piauí (94,1%) e Paraíba (90%) seguem no topo da lista.http://radiosertao9.com/
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