sábado, 22 de março de 2014

Chuvas em 2014 devem diminuir prejuízos da seca prolongada no Nordeste


No Dia Mundial da Água, celebrado neste sábado (22), autoridades ligadas ao campo da meteorologia esperam que em 2014 os estados do Nordeste, afetados pela estiagem, tenham o alento de um boa temporada de chuvas. "Acho que este ano a gente já começa com mais expectativa do que o ano passado. Ainda caracterizamos que continuamos na seca, porém com mais esperança", explica Cristina Nascimento, coordenadora da Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA) pelo Ceará.

A espera por "bons tempos" está baseada, principalmente, na previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) de que as chuvas até o mês de maio devem ficar dentro do considerado normal para o período nos nove estados do Nordeste. Para o chefe da Divisão de Previsão do Tempo do Inmet no Recife, Ednaldo Correia, em 2014 o problema não será a falta de chuva, mas sim a distribuição da mesma em todas as regiões.

"De acordo com os prognósticos para os meses de março, abril e maio, as regiões do Agreste, zonas da Mata e Litoral dos estados nordestinos devem receber chuvas em um nível considerado normal. Somente no Sertão de estados como Alagoas, Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte e Pernambuco, é que a previsão desanima um pouco. Os dados mostram que as chuvas vão variar entre normal e abaixo do normal", analisa Ednaldo, que trabalha no Inmet da capital pernambucana há quase três décadas.

Apesar de a expectativa de um período de chuvas proveitoso na agricultura, com reflexos na pecuária, a coordenadora da ASA, Cristina Nascimento, alerta para o fato de que, mesmo com as precipitações que já alcançaram diversas regiões castigadas pela estiagem no Nordeste, a seca ainda não acabou. "Em todos os estados do semiárido já há uma quantidade de chuva, mas nenhum conseguiu superar esta situação", pontuou. 

Segundo ela, os animais representam o grande prejuízo da seca que perdura desde o início de 2011. "Em 2013, não houve perda de produção porque não houve produção", avaliou Cristina, que apontou as ações de convivência com a estiagem, realizadas pelos governos dos estados, como o principal motivo para as pessoas ainda conseguirem viver nas áreas mais afetas com a falta de chuvas.

Já o meteorologista do Inmet Ednaldo Correia revela que entre todos os estados do Nordeste brasileiro, o que ainda deve sofrer com a falta de precipitações é Pernambuco. "O mês de janeiro foi muito ruim em várias regiões, o de fevereiro já foi um pouco melhor e isso deve se repetir em março. No entanto, para as áreas do Sertão - as mais prejudicadas - as chuvas tendem a diminuir a partir de abril. Se não se recuperou até agora não tem muito o que esperar para o fim do ano. A partir do próximo mês as chuvas se concentram do Agreste pro Litoral", contou o especialista em clima. 

Enquanto as chuvas não chegam, o Nordeste convive com a realidade de que 74,2% dos 1.795 municípios da região estão em estado de emergência desde novembro de 2013, sendo o Ceará o "campeão" entre os mais castigados. Cerca de 96% das cidades cearenses estão em situação crítica. Rio Grande do Norte (95,8%), Piauí (94,1%) e Paraíba (90%) seguem no topo da lista.http://radiosertao9.com/

Nenhum comentário:

Postar um comentário