domingo, 13 de setembro de 2015

Feira de São Cristóvão completa 70 anos de resguardo às tradições nordestinas no Rio

13/08/2015 Rio de Janeiro - O pedacinho do nordeste no Rio de Janeiro completa 70 anos este mês. No dia 18 de setembro, a Feira de São Cristóvão - Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas, também chamada de Feira dos Nordestinos, celebra sete décadas mantendo viva a cultura dos imigrantes que chegavam ao bairro da zona norte da cidade desde a década de 1940.
Atualmente são cerca de 700 barracas e 100 restaurantes com produtos típicos do norte e nordeste, mas o começo foi bastante informal.  A professora de história da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Sylvia Nemer resgatou os folhetos de cordéis e histórias orais sobre a Feira de São Cristóvão para seu doutorado e tem um livro publicado sobre o tema. De acordo com ela, a versão oficial conta que o cordelista Raimundo Santa Helena leu no dia 18 de setembro de 1945, no Campo de São Cristóvão, um cordel que tinha feito sobre o fim da Segunda Guerra Mundial.
“O início das atividades da Feira de São Cristóvão teria sido no ano de 1945 quando os pracinhas desembarcaram ali nas imediações do Campo de São Cristóvão e o próprio Santa Helena leu um cordel que ele tinha feito para comemorar o fim da guerra. E aí, em função dessa leitura, começou a surgir um movimento de reunião de pessoas interessadas em ouvir e vender literatura de cordel. Então a feira teria começado a partir dessa iniciativa,” disse.
Sylvia explica que há outra versão histórica, cantada nos cordéis de mestre Azulão, de que a feira foi surgindo ao longo da década de 40 a partir de um movimento de nordestinos que desembarcavam e ficavam acampados esperando um local para morar ou um trabalho.
“Como era o ponto final dos caminhões chamados de pau de arara e foi um momento de crescimento urbano muito acentuado, ali era um local de contratação de mão de obra para pedreiros, porteiros de edifício, que foram as ocupações tradicionais dos migrantes nordestinos nesse período. Teve algumas figuras, entre elas a do João Gordo, que teria iniciado esse comércio de produtos do nordeste para cá e daqui para o nordeste, porque o mesmo caminhão que vinha trazendo gêneros e pessoas, ele costumava voltar vazio e levava produtos daqui para o nordeste,” acrescentou..

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