sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Sem chuva e com atraso, moradores do Sertão de PE criticam transposição

A água utilizada para os trabalhos doméstico vem da cisterna (Foto: Taisa Alencar / G1)
04/09/2015 A madeira queima sob o fogão a lenha de uma casa simples, na Fazenda Umbuzeiro, localizada a cerca de 15 quilômetros do município de Cabrobó, no Sertão de Pernambuco. Na panela de barro, a agricultora Francisca Maria da Silva, de 52 anos, cozinha meio quilo de feijão, que será misturado com arroz. O almoço, um prato tipicamente nordestino conhecido como ‘baião’, é pouco para servir as cinco pessoas da família. Mas, alimentar todos não é o que preocupa a produtora rural. O principal problema enfrentado por Francisca da Silva e demais moradores da região é a seca que tanto castiga o Sertão. O projeto de Integração do Rio São Francisco, que tem a proposta de levar água para cerca de 12 milhões de pessoas em 4 estados, poderia amenizar o problema. No entanto, a obra, que já está com três anos de atraso, sofreu um novo adiamento e, agora, deverá ser concluída só em 2017. Mas, os moradores da região de Cabrobó dizem que, mesmo com a obra, a falta de chuva deixaria baixo o leito do rio, afetando o abastecimento das cidades. A Agência Nacional de Águas (ANA) contesta e diz que o projeto pode captar 26,4 metros cúbicos por segundo, mesmo em períodos muito secos, Enquanto isso, a água utilizada por Francisca para fazer o almoço e demais trabalhos domésticos vem de uma cisterna, construída ao lado da casa. O reservatório é abastecido mensalmente por um carro pipa, pago pelo governo estadual. No entanto, a quantidade também é pouca. A água chegou há mais de 15 dias e não deve durar até o final do mês. Para lavar as louças e tomar banho, é tudo regrado. Antes é preciso colocar em um balde, porque não tem água encanada..

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