24/01/2015 LUIZ GONZAGA CONTINUA FAZENDO PARTE DA VIDA DO SERTANEJO EM SUAS CANÇÕES REPRESENTATIVAS E QUE DIZEM MUITO DO QUE É SER NORDESTINO. UMA MAJESTADE INCONTESTÁVEL.
Ninguém cantou as coisas do sertão como Luiz Gonzaga do Nascimento. Nascido na cidade de Exu, Pernambuco, Gonzaga, filho de Januário José dos Santos do Nascimento e Ana Batista de Jesus Gonzaga do Nascimento, foi um dos grandes instrumentistas da música popular brasileira e precursor do baião, ritmo musical que marcaria a região nordeste do Brasil com seus plurais simbolismos.
Luiz Gonzaga foi parceiro musical de José Dantas, também pernambucano, poeta, folclorista e compositor que criou algumas das canções mais importantes do seu repertório. Fãs do baião jamais se esquecem de Riacho do navio, O xote das meninas, A volta da Asa Branca, entre outras canções marcadas pela parceria entre Gonzaga e Dantas. Com Humberto Teixeira, o “Doutor do Baião”, Gonzaga compôs Qui nem jiló, Asa Branca e No Meu Pé de Serra.
Numa infinidade de canções gravadas, é possível notar que Luiz Gonzaga representou cada aspecto do nordeste brasileiro; desde a falta de chuva até o Rio São Francisco em sua abundância e fertilidade. Ele cantou as aves nordestinas, até mesmo acauã, famosa por seu canto agourento. Mas foi a Asa Branca, comum na maioria das regiões sertanejas, a se tornar um hino. Esta canção costuma emocionar quem conhece a realidade do sertão. O nordestino não há de ouvi-la sem se emocionar.
Gonzaga foi o artista que conseguiu juntar partes diferentes de um país chamado nordeste e transformá-las numa simbologia uniforme perfeitamente compreendida por uma gente sofrida, mas muito alegre. Ele juntou num mesmo balaio Lampião, Padre Cícero, Ceará, Bahia, Rio São Francisco, baião, tristeza e alegria. O que nasceu foi uma obra popular eclética que satisfez os ouvidos não apenas de nordestinos, mas também de sulistas.
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