terça-feira, 2 de agosto de 2011

Luiz Gonzaga é homenageado nesta terça com shows, exposições e missa.


O Memorial Luiz Gonzaga, no Pátio de São Pedro, preparou uma programação especial em homenagem ao Rei do Baião para esta terça. O músico faria 100 anos em 2012 e os 22 anos de sua morte são lembrados neste dia, 2 de agosto. As celebrações ocorrem durante todo o dia. O encerramento, a partir das 19h, contará com show gratuito de Trio Nordestino, Santanna, Terezinha do Acordeom, Camarão, Salatiel, André Macambira, Forró Culé De Xá, Andrezza Formiga, Roberto Cruz, Rogério Rangel, Nádia Maia, Petrúcio Amorim, Pecinho Amorim, Cristina Amaral, Cesar Amaral, Benil, Dudu do Acordeom, Raminho do Acordeom, Quinteto Violado, Fim de Feira, Bia Marinho e Em Canto E Poesia, Chico Bala, Ivan Ferraz, Públius e Gustavo, Ed Carlos, Fabiana, Joquinha Gonzaga e Claudio Rabeca.

As homenagens no Memorial têm início às 9h, quando será inaugurada exposição com fotografias, discos e documentos no Memorial Luiz Gonzaga, no Pátio de São Pedro. O local ficará aberto até 21h (apenas nesta terça, pois nos outros dias as portas fecham às 18h). O livro Homenagens especiais ao eterno rei do Baião, de José Marcelo Leal Barbosa será lançado às 17h, como parte das comemorações. A obra reúne arquivos coletados pelo autor durante pesquisa para a produção de Luiz Gonzaga: Suas canções e seguidores. Às 18h, o Padre Luisinho celebrará uma missa especial na Igreja de São Pedro. As músicas da cerimônia serão executadas por orquestra de sanfoneiros, rabecas e bandolins.Mais cedo, às 6h da manhã, começa a Vigília Gonzagueana, no Nosso Quintal (Rua Doutor Aniceto Ribeiro Varejão, 15, Torrões), com participação de sanfoneiros, bacamarteiros e Banda de Pífanos, além de uma exposição dos discos do Rei do Baião organizada por Mávio de Holanda. Informações: 3228-6846.Leia matéria especial escrita por Carolina Santos, do Diario de Pernambuco:"Confirmadíssima a presença do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, hoje, às 21h, no Guararapes, no show em sua homenagem, que promete ser dos mais animados (…) A propósito, Luiz Gonzaga, que está em fase de recuperação de uma cirurgia, não cancelou nenhuma das suas participações programadas no decorrer de junho". Foi assim, sem suspeitas, que nodia seis de junho de 1989, o Diario anunciou o que seria o último show de Gonzaga. Menos de dois meses depois, no dia dois de agosto daquele ano, Gonzagão faleceu às 5h15 no Hospital Santa Joana, após 42 dias de internação. Na próxima terça, completam-se 22 anos de saudade.A derradeira homenagem contou com a participação de nomes como Dominguinhos, Gonzaguinha, Alceu e Elba. Antes de começar sua parte do show, Luiz Gonzaga fez um discurso que, relembrado hoje, soa profético. "Quero ser lembrado como o sanfoneiro que amou e cantou muito seu povo, o Sertão; que cantou as aves, os animais, os padres, os cangaceiros, os retirantes, os valentes, os covardes, o amor. Este sanfoneiro viveu feliz por ver o seu nome reconhecido por outros poetas, como Gonzaguinha, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Alceu Valença. Quero ser lembrado como o sanfoneiro que cantou o seu povo, que foi honesto, criou filhos, amou a vida, deixando um exemplo de trabalho, de paz e amor".Compositor e parceiro de Gonzaga, João Silva lembra do ensaio do Rei do Baião para o último show. "Eu morava no Rio e vim gravar aqui. Fui visitá-lo na casa de Edelzuíita (última companheira de Gonzaga). Ele sempre disse que queria tocar no Teatro Guararapes antes de morrer - era um teatro que nunca o aceitou. Por quê? racismo. E todo mundo sabia", contou. "Como era perto das eleições, os políticos conseguiram arranjar esse show lá", completa.Arlindo dos Oito Baixos, que conviveu por 22 anos com Gonzagão, o viu dias antes de sua internação. "Ele parecia sentir dor, mas estava simpático". O produtor Anselmo Alves faz uma revelação sobre esse período: ele não tinha dinheiro nem para pagar o hospital. "André Rabello pagou uma parte e um amigo a outra", lembra. "Gonzaga era mão aberta. Uma vez foi a um circo pobre e distribuiu dinheiro", lembra Anselmo.A morte do Rei do Baião foi consequência de uma série de doenças. Vítima de osteoporose e esclerose, ele foi internado em junho de 1989, com infecção urinária. Durante a estadia no hospital, apresentou um quadro de infecção pulmonar, melhorou, mas nos dias finais veio uma pneumonia. O Rei não resistiu. Sua música sim. Virou símbolo do Nordeste como o sanfoneiro que amou e cantou seu povo, o Sertão. Tributo no centenárioA efeméride mais importante em relação a Luiz Gonzaga chega no ano que vem com o centenário do seu nascimento. São ações que pretendem lançar uma nova luz sobre a vida e obra do Rei do Baião. “O centenário tem tudo para ser um grande acerto de contas. Espero que Gonzaga não seja mais reconhecido com uma visão caricata, mas como o gênio da música que ele foi”, conta Anselmo Alves.Uma das ações pode ser a inauguração do Memorial Cais do Sertão - Luiz Gonzaga, em Exu, cidade natal do músico. O espaço foi um pedido do ex-presidente Lula e está sendo pensado pela grupo de produtores do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. A obra já começou,  mas está parada, aguardando verbas do Ministério da Cultura.A indústria fonográfica também deve despertar e relançar discos de Gonzagação. Uma das iniciativas deve ser um tributo com vários artistas, que deve ser lançada pela Lua Music, gravadora que lançou há poucos meses o CD Uma Flor para Nelson Cavaquinho - 100 Anos. A expectativa maior, porém, é em relação a Sony Music, que possui a maior parte do acervo de Gonzagão, adquirido no espólio da extinta RCA-Victor.No Carnaval, haverá homenagens no Recife e no Rio. Por aqui, o Galo da Madrugada elegeu Luiz Gonzaga como tema. Já no Rio, ele é o homenageado da escola de samba Unidos da Tijuca, que lançou um concurso nos dois estados para escolher o samba-enredo do Carnaval 2012. Haverá três eliminatórias no Recife. O samba vencedor daqui vai disputar a final no Rio com os finalistas cariocas. Quem quiser participar, deve entregar um CD com o samba-enredo inédito, no departamento de Marketing da Empetur, no Centro de Convenções de Pernambuco, até 16 de agosto.

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