quinta-feira, 31 de maio de 2012

Um filme para o Rei do Baião,baseado em suas obras pelo Brasil.


Durante a turnê Vida de viajante, em 198, pai e filho estavam excepcionalmente próximos (luzdefifo.blogspot.com.br)
Durante a turnê Vida de viajante, em 1980, pai e filho estavam excepcionalmente próximos.

Seria necessário outro século para celebrar a vasta e imponente obra de Gonzagão, o cantor de voz grave e sanfona afiada que, “viajando num pau-de-arara”, levou “xote, maracatu e baião” do Nordeste brasileiro para alegrar o povo do Sul — tudo dentro de um “matulão”. Com suas belas composições e gingado ímpar, Gonzaga reinou soberano a partir de meados do século passado. O ano de 2012, em que ele completaria 100 anos de vida, está fazendo jus a seu legado. Por todo o país, artistas têm subido ao palco para reverenciar seu cancioneiro maior. Dentre as homenagens, uma extrapola a seara musical e salta aos olhos de seus admiradores: uma cinebiografia — que além de investigar a trajetória do mito, narra o capítulo dos desencontros com seu filho Gonzaguinha.

As mesmas fitas cassetes que serviram de base para a jornalista Regina Echeverria escrever a biografiaGonzaguinha e Gonzagão — Uma história brasileira, despertaram no cineasta Breno Silveira o desejo de transformar a vida deles em filme, há 7 anos. No material, conseguido por intermédio da viúva de Gonzaguinha, Lelete, pelas pesquisadoras Maria Raquel e Márcia Braga, há 20 horas de entrevistas que o filho fez com o pai, entre 1979 e 1980, quando andaram juntos pelo país na turnê Vida de viajante.

“Ele faz um ajuste de contas do passado com o pai, pergunta sobre sua história e, assim, começa a entender a sua própria”, descreve o diretor. Gonzaga — De pai para filho, orçado em R$ 11 milhões, com roteiro de Patrícia Andrade e produzido pela Conspiração Filmes, já está todo rodado e estreia prevista para o fim de agosto. “O filme é caro pois é todo de época e viajamos bastante para fazê-lo”, explica.

Para Silveira, biografias, de uma forma geral, podem propiciar bons documentários. No caso da ficção, contudo, as histórias precisam de drama. E foi o que ele encontrou na relação entre os dois músicos, a partir das fitas. “É um percurso de encontros e desencontros. As fitas são muito emocionantes e no final há um perdão”, adianta. Mais do que apenas um livro ou um filme, as mil histórias do mestre poderiam render, na opinião de Silveira, uma minissérie com diversos capítulos. Mesmo com o roteiro pronto, não pararam de chegar histórias do Velho Lua para o diretor.

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