sábado, 22 de setembro de 2012

Superprodução de R$ 12 milhões, ‘Gonzaga, de pai para filho’ narra um delicado processo de aproximação.


Adelio Lima e o diretor Breno Silveira durante as filmagens de Gonzaga - de pai pra filho
Foto: Divulgação
Aos olhos do mercado exibidor, que viu o cinema brasileiro de 2012 contabilizar um dos piores resultados de público de sua história recente, “Gonzaga, de pai para filho”, longa-metragem escolhido para abrir o Festival do Rio, na próxima quinta-feira, é uma promessa de volta por cima para as bilheterias nacionais. Fareja-se no ar um perfume de “2 filhos de Francisco” (2005), fenômeno de 5,3 milhões de ingressos vendidos, cujo realizador é o mesmo: o carioca Breno Silveira. Assim como fez na cinebiografia de Zezé Di Camargo & Luciano, Breno confiou as rédeas do filme à emoção. A diferença aqui é o tamanho da produção. Para os poucos espectadores que já viram, o périplo afetivo do cantor e compositor Gonzaguinha (1945-1991) para entender quem foi seu pai, Luiz Gonzaga (1912-1989), o Rei do Baião, é um filme de “proporções continentais”. Para quem fez o longa nascer trata-se de uma aventura de esforços épicos.


Um dia após a cerimônia de abertura, no Odeon, para convidados, o Festival do Rio exibe o longa ao público no cine Roxy. É a chance de conferir por que o longa, rodado em 35mm, tornou-se o trabalho mais complexo da Conspiração Filmes, que operou em dupla com a D Mais Filmes. Foram ao todo dois mil figurantes e cem atores em papéis de destaque, sendo que Gonzagão, retratado em três épocas, foi revezado entre Land Vieira (dos 17 aos 23 anos), o sanfoneiro Nivaldo Expedito de Carvalho, o Chambinho do Acordeom (dos 27 aos 50), e Adélio Lima (aos 70).— Nada com Luiz Gonzaga é pequeno. Não havia um almoço de equipe sem ao menos 300 pessoas. Só vi coisa parecida em filmes estrangeiros que fotografei. Só o esboço do roteiro tinha pra lá de 200 páginas. No fim, eu me vi fazendo um filme com cinco montadores, para terminar no prazo e estrear antes do centenário de Gonzagão (12 de dezembro). E ainda estourei em R$ 2 milhões o orçamento, que ficou em R$ 12 milhões — diz Silveira, que rodou o filme em nove semanas, em cem locações diferentes entre Rio e Nordeste.
— No dia em que anunciei nas rádios do Nordeste que estava à procura de candidatos para viver Gonzagão, mesmo sem experiência como ator, recebemos 5 mil inscrições — conta Silveira, que entregou o papel de Gonzaguinha a Alison Santos (dos 10 aos 12 anos), Giancarlo Di Tommaso (17 aos 22) e Julio Andrade (35 aos 40), protagonista do cult “Cão sem dono” (2007).
 
 

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