domingo, 9 de dezembro de 2012

Tem uai no baião: antes de conquistar o Brasil, Luiz Gonzaga viveu em Minas Gerais


Em Belo Horizonte, Juiz de Fora e Ouro Fino, ainda nos anos 1930, o sanfoneiro aprimorou sua arte



Em Minas, ainda como militar, ele fez amigos, aprimorou o toque da sanfona e saiu pronto para se tornar o grande artista que o Brasil conheceu (Luiz Alfredo/O Cruzeiro/EM/D.A Press - 17/08/1956 )
Em Minas, ainda como militar, ele fez amigos, aprimorou o toque da sanfona e saiu pronto para se tornar o grande artista que o Brasil conheceu
Além Paraíba, Juiz de Fora e Ouro Fino –Entre 1932 e 1939, Luiz Gonzaga morou em Minas Gerais. Foram quatro meses em Belo Horizonte, cinco anos em Juiz de Fora e, por fim, dois anos em Ouro Fino. Quando chegou à capital mineira, aos 20 anos, o pernambucano estava longe de ser o Rei do Baião. Decidido a seguir carreira no Exército, veio completar o contingente do 12º Regimento de Infantaria, que se esfacelou por ter resistido à Revolução de 1930. Nas duas últimas cidades mineiras, ainda como militar, fez amigos, aprimorou o toque da sanfona e saiu pronto para se tornar o grande artista que foi, deixando saudades e, claro, muitas histórias para trás.

Nem todo mundo sabe dessa sua temporada mineira, nem mesmo alguns dos pouco mais de 30 mil habitantes de Ouro Fino, onde, aparentemente, todo mundo tem um caso para contar sobre a passagem do sanfoneiro por ali. Pela oportunidade do centenário de seu nascimento, que será comemorado quinta-feira, o Estado de Minas visitou as duas cidades do interior do estado para descobrir como Minas Gerais influenciou a formação de Luiz Gonzaga e, em Além Paraíba, na divisa com o Rio de Janeiro, encontrou o mineiro Romeu Rainho, que foi empresário do sanfoneiro por uma década e o conheceu intimamente.

“Em Juiz de Fora eu estava folgado, era o mais antigo do grupo. Comecei a fazer minhas farrinhas. Foi aí que conheci Santo Lima e Domingos Ambrósio, fazendo bonitas serenatas. Gostava de acompanhar os dois. Saíamos pela rua e tinha aquelas caboclas diferentes, vindas de toda parte do interior do estado. Foi quando peguei um acordeom pela primeira vez, das mãos do saudoso Domingos. Foi assim que fui ficando por aqui”, contou Luiz Gonzaga, em depoimento prestado a Santo e Romeu quando passou por Juiz de Fora em 19 de setembro de 1980, preservado em fita de gravador de rolo pela Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage.

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