sexta-feira, 9 de agosto de 2013

50 anos após morte de Vitalino, filho, netos e até bisnetos mantêm tradição

Cinquenta anos após a morte de mestre Vitalino (1909-1963), o filho, os netos e até os bisnetos do ceramista, famoso mundialmente, lutam para manter viva a tradição em Caruaru. Na Casa Museu 
Além de artesão, Vitalino ficou conhecido como tocador de pífano - tipo de flauta popular no Nordeste (Foto: Cecília Morais/G1)
Mestre Vitalino, a memória é preservada e o trabalho, passado de geração para geração.Vitalino ganhou reconhecimento no cenário artístico internacional ao inovar na forma de manusear o barro. O diferencial da arte dele está na forma como conseguiu traduzir o cotidiano em suas obras. Cada uma de suas peças era inspirada em costumes nordestinos como a vaquejada, o violeiro, os retirantes e as lavadeiras, por exemplo.O ceramista deixou vários discípulos que buscam dar continuidade ao trabalho. Severino Vitalino, de 73 anos, é o principal deles. Único dos quatro filhos do mestre que decidiu trabalhar com o barro, seguindo os ensinamentos, ele é visto todos os dias confeccionando as peças sentado como o pai. "Não me imagino fazendo outra coisa. Trabalhei ao lado do meu pai até os 23 anos e sinto que tenho o dever de preservar a história e tudo o que ele deixou", afirma.
Desde a morte do artesão, em 1963, a família decidiu continuar com a produção das peças artesanais. Em 1971, o local em que o ceramista morava foi tombado. Hoje, o espaço serve de acervo para as peças e ferramentas utilizadas por ele. O local é aberto ao público e a visitação pode ser feita diariamente, ao custo de R$ 1.

Além de Severino, netos e bisnetos de Vitalino também produzem peças de barro e dão sequência ao trabalho artesanal. Elias Rodrigues dos Santos, de 57 anos, neto do ceramista, sobrevive da renda adquirida por meio da comercialização dos objetos. "Há períodos em que vendemos muito bem. Distribuímos as peças na Feira de Artesanato e até em outras cidades da região."

Segundo ele, não há entre os netos a intenção de parar de produzir as peças. "Nascemos vendo os nossos irmãos mais velhos fazendo os bonecos, aprendemos também e passamos a fazer, não tem como parar de uma hora para outra, a gente costuma brincar sempre que isso vem de sangue."

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