segunda-feira, 5 de agosto de 2013

No Sertão de Pernambuco, 56,25% das barragens estão em colapso

Dezoito das 32 barragens situadas no Sertão de Pernambuco estão em situação de colapso. A quantidade corresponde a 56,25% do total de reservatórios construídos para abastecer os 56 municípios da região, que enfrenta a pior seca dos últimos 60 anos. Dois dos maiores mananciais - o Entremontes, na cidade de Parnamirim, Sertão Central, e o Saco II, em Santa Maria da Boa Vista, Sertão do São Francisco - não recebem uma gota de água há pelo menos quatro meses. Já a barragem Engenheiro Francisco Sabóia, em Ibimirim, Sertão do Moxotó, a maior da área, está com apenas 17,3% da capacidade total de armazenamento, que é de 504 milhões de metros cúbicos.
Os dados estão no último boletim da Agência Pernambucana de Águas e Climas (Apac), divulgado na sexta-feira (2). O órgão, responsável por fazer o monitoramento dos reservatórios do estado, também não traça um prognóstico otimista. A previsão para os próximos cinco meses é de manutenção da estiagem no Sertão, já que o período chuvoso na região ocorre entre os meses de janeiro e maio.
Em Manari, no Sertão do Moxotó, a seca prolongada e a falta de água provocaram mudanças na vida do agricultor Luciano Josué Souza, 19 anos. As perdas no plantio fizeram a família dele passar a trabalhar com transporte escolar nos últimos dois anos para sobreviver. Em uma última tentativa, eles plantaram milho e feijão de corda na roça situada no Alto Vermelho, zona rural do município, e esperam para ver se vaAlém do reservatório Engenheiro Francisco Sabóia, na região onde o jovem vive há mais dois mananciais: o Marrecas, em Custódia, com apenas 13% da capacidade total, e o Barra, em Sertânia, que está em situação de colapso. Luciano, que terminou o ensino médio ano passado, já tem planos de deixar Manari. “Quero ir para São Paulo, trabalhar no que for. Já vi gente indo embora. Agricultura aqui é aposta, e a cidade não tem muita expectativa para nós.

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