O último mês de setembro abrigou uma das notícias mais inesperadas do mundo da música: a saída de Bell Marques do Chiclete com Banana. A surpresa foi tão grande que muitos fãs ainda não acreditam e seguem insistindo para que ele desista da ideia.
Amado por uns e odiado por outros, o Chiclete com Banana é uma instituição da axé music, apesar de nascido antes desse termo (horrível!) ser popularizado. Formado em 1980, a banda baiana cresceu junto com o rock nacional. Sem fazer rock, eles logo provavam que eram bons em fazer festa. Não música, apenas festa.
E quem não entrou pra essa festa? Quem espera algo mais da música. Ou quem entende música como arte. Ou ainda quem ouviu e não gostou. Cruzando a época do rock nacional, do sertanejo secundarista e universitário, eles só viram sua fama crescer nesses 30 anos. Por outro lado, se viram presos a um formato pobre e repetitivo, que se alimenta de uma milionária máquina de micaretas e blocos de Carnaval. Curiosamente, foi a lida com essa máquina que fez a banda implodir. Em resposta, os demais integrantes do Chiclete, através do tecladista Wadinho (irmão de Bell), anunciaram que a banda vai seguir com um novo vocalista, ainda não divulgado. A rapidez para tranquilizar os fãs deixa claro que o que importa é manter a festa, independente de quem a comande. Mas ele sabe que há um risco, já que Bell era a cara, a voz e o sorriso do grupo; e todos os demais, meros coadjuvantes.
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