Campina Grande comemora 149 anos como uma das cidades que mais cresce no Nordeste
Erguida no alto da Serra da Borborema, Campina Grande completa nesta sexta-feira, (11) 149 anos de emancipação política. A cidade nascida em berço de ouro branco e ponto estratégico comercial dos tropeiros, é uma das mais importantes do Nordeste, destacando-se por seu turismo de eventos e o polo tecnológico e do couro calçadista que aquece a economialocal.
Conhecida popularmente como a 'Rainha da Borborema' por sua histórica importância cultural, política e econômica para a Paraíba, Campina Grande, ocupa hoje posição estratégica no Estado. Porém, a fundação da 'capital do trabalho e da paz' como canta o hino oficial da cidade, continua a gerar controvérsia entre historiadores e teria mesmo acontecido pelo menos três décadas antes de 1697, ano em que aconteceu oficialmente sua ‘ocupação cristã’. Com isso, a cidade já estaria teria passado do terceiro século de idade.
Boa parte dos documentos históricos da cidade foram incinerados à época dos mandatos dos prefeitos Vergniaud Wanderley, na década de 1940, e Newton Rique, nos anos 1960, dificultando o trabalho dos historiadores. Esta origem é comumente creditada à 'ocupação cristã' pelos índios Ariú na aldeia de Campina Grande, liderados pelo capitão-mor Teodósio de Oliveira Lêdo, em 1º de dezembro de 1697. Porém, ali já moravam desde 1667 os índios Bultrins, de etnia Cariri, segundo relatam os historiadores. De acordo com o historiador Gervásio Aranha, professor do Departamento de História da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), em 1790 o povoado foi elevado a categoria de vila, sob a invocação de Vila Nova da Rainha. Campina Grande no entanto, só conquistou a sua independência política no dia 11 de outubro de 1864, pela Lei Provincial nº 137, elevando-se assim, a categoria de cidade, por influência e poderio dos proprietários rurais.
Em 149 anos de existência, Campina Grande viveu importantes ciclos e momentos históricos. De acordo com o historiador Gervásio Aranha, a cidade viveu seis importantes fatos que foram decisivos para o seu crescimento. Ele enumera a chegada de Teodósio de Oliveira Ledo em 1697 e o consequinte, aldeiamento; a emancipação política em 1864; a saga dos Tropeiros; a conquista da luz elétrica que impulsionou o progresso; a chegada do trem em 2 de outubro de 1907, e o ciclo da cultura e do algodão.
De acordo com o historiador, os tropeiros tiveram papel importante. Este comerciantes 'nômades', segundo ele, transportavam suas cargas em lombos de jumento por todo o Nordeste e paravam obrigatoriamente na Rainha da Borborema, por ser um município estratégio. A partir destas viagens pelo Nordeste, cruzando Bahia, Pernambuco e Ceará, tomando a região no interior da Paraíba como parada principal, iniciou-se a aglomeração de pessoas que deu início à antiga vila e posteriormente ao município de Campina Grande.
O Algodão tem fator decisivo na história de Campina Grande. Através do chamado “Ouro Branco”, a cidade tornou-se conhecida nacionalmente, a ponto de rivalizar até com grandes cidades internacionais. Com a chegada do Trem a cidade, Campina Grande sofreu um grande crescimento habitacional. Exemplo disso é que em 1907, existiam 600 casas e depois do Trem, 1800. Dessa forma, com a facilidade do transporte de cargas que até então eram feitas através de jumentos, o comércio foi impulsionado e em conseqüência disso, o progresso da cidade.
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