segunda-feira, 7 de outubro de 2013

"O canto do mar" completa 60 anos, Lançado em 1953 e rodado em Pernambuco

 (Portal de Cinema/Divulgação )


Há 60 anos, na primeira semana de outubro de 1953, foi lançado no Recife, em sessão no Cinema São Luiz, o filme O canto do mar. Filmado em Pernambuco, o longa-metragem foi dirigido por Alberto Cavalcanti (1897-1982), cineasta que merece um maior reconhecimento no Brasil e atualmente é mais valorizado na Inglaterra.

O canto do mar não está disponível em DVD e praticamente só pode ser assistido em versões clandestinas que circulam na internet ou em projeções cinematográficas esporádicas. No Recife, foi exibido pela última vez no ano passado, como parte das comemorações dos 60 anos do São Luiz. Cavalcanti nasceu no Rio de Janeiro e passou a maior parte da vida na Inglaterra, mas sua mãe era pernambucana. Sua paixão por Pernambuco o levou a realizar o filme, produzido pelo estúdio paulista Kino.

Antes de filmar no Recife, o diretor já era um cineasta consagrado na Inglaterra. Ele dirigiu, por exemplo, Nicholas Nickleby, considerada a melhor adaptação para o cinema de uma obra do escritor inglês Charles Dickens (vencedores do Oscar, como David Lean e Roman Polanski, não foram tão elogiados). Em 2012, um artigo da revista Sight and Sound o considerava mais importante do que Alfred Hitchcock para a produção cinematográfica inglesa. No ano passado, sua obra foi tema de uma retrospectiva em Londres.

O Porto do Recife, o Mercado da Madalena, o Bairro de São José, o Forte Orange de Itamaracá e o Hospital Infantil estão entre as locações que aparecem em O canto do mar. O filme também retrata manifestações foclóricas como o frevo, o maracatu nação, os caboclos de lança, a cantoria e o bumba-meu-boi, além de um ritual de Xangô.

O filme dividiu opiniões quando foi exibido no São Luiz. "Não há meio termo nas opiniões sobre O canto do mar", registrou o Diario de Pernambuco na edição de 7 de outubro de 1953. "A humanidade do filme é de uma força que excede o que antes emergiu da cinematografia nacional", elogia o artigo publicado na época.

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