segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Historiadores questionam data de fundação de Campina Grande

Conhecida popularmente como a 'Rainha da Borborema' por sua histórica importância cultural, política e econômica para a Paraíba, nesta sexta-feira (11) Campina Grande comemora 149 anos de emancipação política. Porém, a fundação da 'capital do trabalho e da paz' como canta o hino oficial da cidade, continua a gerar controvérsia entre historiadores e teria mesmo acontecido pelo menos três décadas antes de 1697, ano em que aconteceu oficialmente sua ‘ocupação cristã’. Com isso, a cidade já estaria teria passado do terceiro século de idade.
Boa parte dos documentos históricos da cidade foram incinerados à época dos mandatos dos prefeitos Vergniaud Wanderley, na década de 1940, e Newton Rique, nos anos 1960, dificultando o trabalho dos historiadores. Esta origem é comumente creditada à 'ocupação cristã' pelos índios Ariú na aldeia de Campina Grande, liderados pelo capitão-mor Teodósio de Oliveira Lêdo, em 1º de dezembro de 1697. Porém, ali já moravam desde 1667 os índios Bultrins, de etnia Cariri, relatam os historiadores Vanderley de Brito e Thomas Bruno Oliveira em artigo intitulado 'A missão catequética de Campina Grande: uma pseudomissão para dissimular o etnocídio nos sertões da Paraíba'. “Desprezível ou não, o fato é que os Cariri já tinham suas aldeias na campina antes de Teodósio chegar trazendo seus Ariú e, portanto, não faz nenhum sentido o memorial dedicado a este sertanista erguido na praça Clementino Procópio, no Centro da cidade de Campina Grande. Exceto que queiramos homenagear indiretamente o genocídio de nossos naturais”, assinalam.
Teodósio de Oliveira Ledo então já saberia da existência desta ocupação indígena, mas não entrava em conflito com estes que já moravam na região pelo menos desde 1667 ou 1668, conforme apontam documentos históricos. “Como eram índios amigos dos colonizadores, não os molestava e até tinha esta aldeias como ponto de pouso e lugar para se adquirir por escambo farinha e outros gêneros que eles produziam em suas roças”, explica Vanderley de Brito.

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