quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Sem água, cidade do PI é abastecida por carro-pipa que percorre 110 km

Parte do gado foi dizimado pela seca e carcaças são encontradas pela estrada (Foto: Patrícia Andrade/G1)Parte do gado foi dizimada pela seca, e carcaças são encontradas pelas estradas.
Betânia do Piauí, no semiárido, é um dos 210 municípios piauienses castigados pela pior seca em mais de 40 anos no estado. De acordo com a Secretaria Estadual de Defesa Civil, não chove há dois anos na região. Sem água encanada, a localidade de pouco mais de 6 mil habitantes não conta também com o único reservatório da cidade, que secou a ponto de tornar a água imprópria para consumo. O abastecimento é feito por caminhões-pipa, que uma vez por mês trazem água da cidade de Patos, distante 110 km, para os moradores da cidade. Na zona rural, o abastecimento das cisternas pode demorar dois meses. O fornecimento é garantido por meio de contratos com o Exército Brasileiro e a Defesa Civil, mas as famílias da zona urbana recebem 400 litros de água por dia, média de 100 litros por pessoa, quantidade insuficiente segundo recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) – de acordo com o órgão, são necessários ao menos 200 litros por dia para suprir as necessidades de uma pessoa, o dobro do entregue.
A água da barragem Juazeiro Grande, único reservatório da cidade, não pode ser consumida desde que o nível da represa baixou muito. Exames de laboratório solicitados pela prefeitura mostraram que ela é imprópria para o consumo. Além da população e das plantações devastadas, os animais também sofrem os efeitos da estiagem. Apenas 30% do rebanho de gado e 50% dos ovinos sobreviveram em meio a falta de água e comida. Só 10% da produção leiteira foram mantidos, uma perda significativa para quem sobrevivia da pecuária.

"Estamos há quatro meses sem receber o milho para alimentação da criação. Com isso, os grãos que conseguimos comprar chega a um preço mais alto e não é viável para os produtores", disse o secretário municipal de agricultura, Francielson Coelho de Macêdo.

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