sábado, 21 de fevereiro de 2015

Grupo canta repertório nordestino,no interior do Ceará

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Tauá. Manhã de domingo, nesta cidade, na região dos Inhamuns. O som da sanfona, da zabumba, do triângulo e de instrumentos de corda ecoa entre as ruas do Centro comercial. As lojas estão fechadas, há pouco movimento na via. É chegada a hora de se ouvir música regional. Há 16 anos, amigos mantêm a tradição de se reunir e tocar repertório nordestino. É o Grupo Musical Zé do Relógio.
No último dia 5, o grupo completou 16 anos de existência. Domingo é dia santo para os cristãos e sagrado para os músicos que não podem faltar ao encontro matutino. Quem assiste pela primeira vez fica emocionado e tem a impressão de que os músicos tocam com a alma. É verdade. São amigos, artistas anônimos, que relembram os bons tempos e mantêm viva a tradição do ritmo do baião criado pela dupla Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira nos idos de 1940.
Tradição
"Queremos manter viva a memória do Rei do Baião, do forró tradicional", disse José Moreira de Sousa (Zé do Relógio), natural de Quiterianópolis e que chegou a Tauá em 1973, onde reside até hoje. "Sou apaixonado pela música, especialmente pelo Forró Pé de Serra". Ele é um dos idealizadores do grupo, que tem músicos acima dos 50 anos, que já tocaram em orquestras, trios, conjuntos musicais.
Os músicos estavam isolados, sem convite para integrar bandas e conjuntos modernos, em evidência nos tempos atuais do forró eletrônico que predomina no gosto dos jovens. "Foi uma maneira que encontramos de compartilhar a felicidade com cada um e aos domingos, para nós, é uma festa estarmos reunidos para revivermos os bons tempos", observa José Moreira de Souza. "Nunca é tarde para ser feliz", destaca.
Todas as manhãs de domingo estão reunidos Antonio Moreira (banjo); Manoel Nagibe (triângulo); Antonio dos Santos (pandeiro); Antonio Ferreira (zabumba); Francisco de Assis Feitosa (sanfona); Antonio Reinaldo (sanfona); Francisco Rodrigues de Sousa (triângulo), conhecido por Militão; e Zé do Relógio (sanfona e violão).
Recentemente, o grupo recebeu, de forma inesperada, a visita dos sanfoneiros Porfirinho do Acordeon, 12 anos; de José Gerardo; e de Pedrinho Feitosa, que emocionaram os presentes tocando sucessos de Luiz Gonzaga. Foi um show emocionante da musicalidade da cultura sertaneja nordestina. Todos juntos em uma só harmonia.

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