sábado, 7 de maio de 2011

Projeto Pixinguinha 1977: Marlene e Gonzaguinha


Marlene e Gonzaguinha em show do Projeto Pixinguinha 1977
Marlene e Gonzaguinha em show do Projeto Pixinguinha 1977


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Ela é Vitória Bonaiuti, mas Marlene vem misturado no sonho de menina que sempre foi. Ela espiava os quatro cantos da estação de rádio querendo saber dos seus mistérios. Um dia Marlene está de pés fincados no gogó do dragão que é o Rio e quando menos se espera é da Rádio Tupi, está nos palcos do Cassino da Urca, está gravando seus discos, está sendo apontada como “uma estrela que sobe”.
Quando a grande Piaf esteve no Brasil, chegou a ver e ouvir Marlene num espetáculo. E foi rápida e segura. “Venha comigo para Paris. Lá é o seu lugar.” E Marlene cumpriu seu roteiro de estrela: Olímpia de Paris, onde é preciso um aval muito forte para ser presença e uma presença ainda mais forte para ser sucesso. Todos sabem o que foi sua presença com Carlos Machado em Nova Iorque, o que foi sua figura no palco como atriz e o que tem sido até agora: uma artista que segura seu público desde aqueles tempos, em que o ponto alto era o auditório da Rádio Nacional. E assim ela se fez estrela, e foi rainha, e subiu nos aplausos e se mantém nessa altitude até então.
Difícil carregar um sobrenome que já aponta o nome de um alto cartaz da nossa música. Carregar o nome daquele que, de Norte a Sul deste país é apontado como o maior sanfoneiro e cantador de baiões?! Com essa marca apareceu Luiz Gonzaga Jr., filho do outro de apelido “Lua”, homem que aprendeu com o pai – o velho Januário – os segredos dos baixos de sua sanfona. Gonzaguinha foi o menino dos quatro cantos do Rio – um carioca que teria de ser sambista, que poderia ter sido um Luiz qualquer, sem essa luta de vida, de procura, a mostrar a música que faz: diferente – mas com a mesma qualidade que faz seu pai.
Sua luta começa cedo, em festivais, em tentativas de gravações. Hoje, no entanto, há o homem magro e forte – Luiz Gonzaga Júnior – cujo violão é uma arma, instrumento de trabalho, arado para cavar o pão, para cavar o pão, para fazer crescer forte aquele que é o seu prolongamento: o filho Daniel.

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