O centenário de nascimento de Luiz Gonzaga é comemorado na quinta-feira (13). As belezas do sertão e os problemas do dia-a-dia do homem do campo estão presentes nas composições do Rei do Baião.
As árvores do sertão fornecem alimento para os animais. As folhas são um banquete para as cabras e bodes. As flores atraem as abelhas. O fruto, que serve para fazer doces e compotas, pode ser retirado direto do pé para a degustação.
Elas não são tão grandes e exuberantes como as árvores da Mata Atlântica ou da Floresta Amazônica. São menores, mais contorcidas e, na época de seca, perdem quase todas as folhas, como estratégia para atravessar o período de estiagem. As árvores da caatinga possuem os seus segredos, os seus encantos e delas Luiz Gonzaga extraiu versos e músicas.
Em mais de 700 músicas, Luiz Gonzaga apresentou as serras do interior nordestino, os rios que desaparecem na estiagem e personagens simples e fortes da região serviram de inspiração. Ele se vestia com a roupa de couro dos vaqueiros e levou para a música o aboio, o jeito ritmado do homem da caatinga se comunicar com o rebanho.
O estudioso da vida de Luiz Gonzaga, Paulo Vanderley, lembra a relação de suas músicas com o universo do sertanejo. “A discografia do seu Luiz Gonzaga é uma enciclopédia. Eu quero tal assunto. Você procura lá e vai encontrar alguma coisa”, diz.
No ano do centenário, Luiz Gonzaga, recebeu o primeiro título de Doutor Honoris Causa in Memoriam, da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Essa foi uma consagração ao artista do povo que revelou aos brasileiros um pedaço do país chamado sertão.
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