terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Exu comemora o sucesso da festa "Gonzagão 100 anos"

Novinho da Paraíba se apresenta no Palco Gonzagão durante o "Nação Cultural - Gonzagão Cem Anos", no Exu (PE).

Exu – O centenário de Luiz Gonzaga teve forró sem parar durante cinco dias. De quarta-feira até este domingo, a pequena cidade sertaneja na fronteira com o Ceará recebeu dezenas de sanfoneiros profissionais e incontáveis amantes da música do Rei do Baião. Calcula-se que foram mais de 40 mil visitantes, durante os cinco dias. Um verdadeiro São João fora de época.

Os três palcos montados pela Fundarpe, responsável por organizar o evento com a prefeitura do Exu, foram refúgios de resistência contra o “forró” eletrônico. Bastava se distanciar alguns metros do Parque Aza Branca – onde Gonzaga morou no fim da vida e onde está sepultado – para se ouvir o batidão eletrônico. No percurso de pouco mais de 1km até o outro palco do centro da cidade, no Módulo Esportivo, tudo que se ouvia era Aviões do Forro, Garota Safada e comparsas. Quem veio de longe preferiu se refugiar no Parque Aza Branca, o mais tradicional. “Sou fã do Rei do baião e vim para ouvir e dançar o forro tradicional”, comentou a soteropolitana Larissa Souza.

A programação do Módulo foi palco de grandes artistas como Dominguinhos, Elba Ramalho e Gilberto Gil. E também de músicos fronteiriços, que ficam a um passo do eletrônico, como o sanfoneiro Amazan.  A sexta-feira e o sábado foram os dias de maior público no espaço – com capacidade para até 40 mil pessoas. O Aza Branca ficou longe de sua lotação máxima, mas teve um público numeroso no sábado. Ontem, a festa foi encerrada com uma missa no local, seguida por apresentações de sanfoneiros.

Apresentação do Projeto Meu Araripe no Palco Aza Branca, no Exu-PE. Gonzagão 100 Anos. Foto: Eric Gomes/Secult-PE.
Apresentação do Projeto Meu Araripe no Palco Aza Branca, no Exu-PE. Gonzagão 100 Anos.


Repertório 

As apresentações do centenário de Gonzagão no Exu serviram para comprovar mais uma vez o quanto o longo repertório de Luiz Gonzaga, com mais de 675 músicas, é pouco explorado por seus intérpretes. O hino Asa branca foi executado praticamente por todos os artistas que se apresentaram. Outro hit da festa foi Qui nem jiló, com versões de Gilberto Gil a Novinho da Paraíba. A volta da Asa Branca, Xote das meninas O cheiro da Carolina foram outras músicas repetidas a exaustão.

Para agregar o maior numero possível de artistas, o festival contou com alguns "combos". Colocar Zé Calixto, Zé Calixto e Truvinca no mesmo show fez sentido, mas houve reuniões desnecessárias como oXote das meninas, que apresentou oito cantoras ligadas a Sociedade dos Forrozeiros Pé-de-Serra e Ai!. Parecia uma competição de quem alcançava as notas mais altas. Para o ano que vem, a realização do festival Nação Cultural no Exu já está confirmada, provavelmente em um formato menor do que neste ano.

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